Numa altura em que se discutem cortes de diversa natureza, seria
profícuo abordar-se o assunto dos cortes na subserviência que tem
marcado as nossas relações externas.
Essa dita
subserviência não é exclusivo deste Governo, mas agravou-se com o
Executivo de Passos Coelho e agravou a situação de todos nós. Poucos
saberão o que se passa nas negociações entre Governo português e
credores, mas aposto que a subserviência é a presença mais notória.
O
Executivo de Passos Coelho seja ele representado pelo próprio, pelo
vice ou pela ministra das Finanças rebaixa-se externamente e rebaixa os
portugueses. Enfim, impera a velha máxima: ser forte com os fracos e
fraco os fortes.
É evidente que essa subserviência não é
apenas mais um traço cultural e, no caso em apreço, a dita subserviência
serve os interesses de um Governo apostado em transformar o país,
transformações essas que são o resultado da sua ideologia, ao serviço de
interesses que não se compadecem com o interesse comum.
No
caso angolano, a subserviência de Rui Machete, incrivelmente ainda
ministro dos Negócios Estrangeiros, para além de vexatória, acabou por
ser contraproducente. O regime angolano diz que as coisas não vão bem
com Portugal e o primeiro-ministro português diz que vai fazer tudo para
repor as boas relações com o regime angolano. Tudo? O que representa
esse "tudo"? Este país transformou-se, para alem de tudo, num embaraço
de enormes proporções. Corte-se na subserviência.
Comentários