O Presidente da República põe as coisas da seguinte forma: ou estabilidade política, assente numa coligação cujos líderes estão desavindos, ou o dilúvio (leia-se: segundo resgate). Cavaco dirá mais tarde que avisou.
Na verdade, esta novela de mau gosto a que alguns apelidam de crise política mais não é do que a justificação precisamente para um segundo resgate. Quando nos confrontarmos com essa realidade, dir-se-á então que a instabilidade política produzida nos últimos dias terá contribuído decisivamente para o tal segundo resgate. Até lá foi-se fingindo que um segundo resgate não era eminente.
A pretensa crise política servirá então para justificar o falhanço das políticas de Passos e Portas, invariavelmente coadjuvados pelo aparentemente letárgico Presidente da República.
Posteriormente e para que tudo não piore (a saída do euro, sempre o anátema da saída do euro), será necessário encontrar a tão apregoada estabilidade política, a tudo custo, custe o que custar, sempre em nome do interesse nacional. Todos já sabemos o que isto quer dizer.
Pelo caminho, vamos continuar a assistir ao senhor que avisa (Cavaco Silva) e às duas comadres que não se entendem e que ralham uma com a outra enquanto vêem o país a afundar.
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