Ontem ficámos a conhecer os novos ministros do moribundo governo de Passos Coelho e Paulo Portas. Entre eles, conta-se Rui Machete, ministro dos Negócios Estrangeiros. E de negócios e negociatas percebe o dito senhor, cuja passagem pelo BPN e pelo BPP são conhecidas, embora convenientemente omitidas da sua biografia.
É claro que não há pudor quando se exige o corte de quase 5 mil milhões de euros em pensões, salários, postos de trabalho e Estado Social, depois de se ter nacionalizado os prejuízos do BPN que nos custaram 5, 6,7 8 mil milhões de euros (?); depois de se saber que a venda do BPN aos Angolanos do BIC por uns meros 40 milhões, afinal contém contrapartidas que podem custar mais 800 milhões ao erário público, e quando o ministro dos Negócios Estrangeiros é alguém que teve uma posição importante no grupo envolvido na burla que tanto nos custou a todos nós que vivemos acima das nossas possibilidades.
O Presidente da República tudo tem feito para manter o actual governo mais ou menos remodelado.
Todavia, a possibilidade de eleições antecipadas não é tão improvável quanto isso, sobretudo se estivermos perante a eminência de um segundo resgate. Perante tudo isto, nós cidadãos, preferimos continuar a assistir ao que se passa na qualidade de espectadores e enquanto assim for, a tal ausência de pudor continuará a recrudescer e nós, os tais que temos vivido acima das nossas possibilidades, os mesmos que não podem estar sempre a contar com os países do norte da Europa para pagar os nossos vícios, vamos continuar a pagar.
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