O Sistema Nacional de Saúde, um dos pilares do Estado Social, tem vindo a sofrer uma fragilização acentuada. O objectivo é claro: enquanto se corta nesta área - seja por imposição externa, seja por deliberação interna - e se poupa ao estado alguns milhões que serão gastos nas benesses concedidas às grandes empresas ou no salvamento de mais algum banco, abre-se, simultaneamente, portas ao sector privado.
É indiscutível que a saúde é um sector apetecível, talvez um dos mais apetecíveis. Para quem se deleita com visões neoliberais, o enfraquecimento do Sistema Nacional de Saúde é um objectivo que será atingido, a pretexto de uma crise, desta ou de qualquer outra (uma crise criada pelos arautos do neoliberalismo).
Não espanta, pois, a sucessão de relatos de profissionais da saúde que dão conta da falta de medicamentos. Para quem nos governa o sofrimento de quem padece de uma doença é uma questão de somenos, interessam os números, interessa cumprir os desígnios neoliberais.
Infelizmente, a luta por um sistema de saúde de qualidade, público, acessível a todos, nem sempre é vista como premente, em particular quando somos saudáveis. Ainda assim, creio que não será desejo de muitos a existência de um sistema público sem qualidade e sem recursos, ainda assim pago, e um sistema privado caro e inacessível a uma vasta maioria da população.
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