Enquanto por terras lusas, a novela da Madeira continua a dar que falar, numa espécie de exercício de surpresa colectiva, na Grécia (o pária) se preparam novas medidas de austeridade. Essa será a contrapartida para o Estado grego receber a tranche de oito mil milhões. Recorde-se que o Estado grego deixa de poder honrar os compromissos no próximo mês.
A austeridade continua a ser a panaceia de todos os problemas da Zona Euro. O caso grego, de longe o mais intrincado, tem sido continuamente agravado com as políticas de austeridade. A economia grega afunda-se de dia para dia com elevados custos para os cidadãos. Com tanta austeridade, a economia grega contrai cinco por cento, o desemprego sobe, o desespero cresce.
A exposição da banca alemã e francesa à dívida grega levam os líderes destes países a agirem no sentido de evitar o incumprimento grego. Assim, atira-se dinheiro emprestado para cima de uma dívida já por si elevadíssima, em troca de duras medidas de austeridade. O resultado tem sido o que se vê.
A Grécia é indiscutivelmente um Estado pária, todos se procuram afastar dela como o Diabo da cruz, dando uma péssima imagem do projecto europeu e deitando por terra os princípios de solidariedade - base da construção europeia.
A responsabilidade é dos Gregos, dir-se-á. Não devemos contudo esquecer que a manipulação e ocultação das contas (que por cá também se faz) foi conseguida com a coadjuvação - para não ir mais longe - da banca internacional.O contágio que se seguiu tem subjacente uma premissa convenientemente esquecida: os países alvos desta panaceia da austeridade são, regra geral, os mesmos que despenderam dinheiros públicos para resgatar a banca de problemas criados por um sistema financeiro desregulado e selvagem. Consequentemente, as dívidas e défices aumentaram incomensuravelmente. Não deixa de ser curioso que quando a França rompeu com as obrigações inerentes ao Pacto de Estabilidade e Crescimento não tenha caído o Carmo e a Trindade.
Seria interessante enveredar-se pelo caminho das auditorias - feitas por entidades idóneas e independentes - das dívidas de países como a Grécia e até Portugal para se perceber que dívidas são estas de que tanto se fala, como foram contraídas, a quem, para quê, em que condições.
Não, não será esse o caminho. Dizem-nos que isso poderia inquietar ainda mais os mercados. Ou será que inquietaria países como a Alemanha que ainda há pouco tempo vendeu cinco submarinos a uma Grécia depauperada.
Vivemos tempos em que os cidadãos são escandalosamente ludibriados, quer pelos responsáveis políticos nacionais, quer por uma União Europeia que a cada dia que passa nos envergonha a todos.
A austeridade continua a ser a panaceia de todos os problemas da Zona Euro. O caso grego, de longe o mais intrincado, tem sido continuamente agravado com as políticas de austeridade. A economia grega afunda-se de dia para dia com elevados custos para os cidadãos. Com tanta austeridade, a economia grega contrai cinco por cento, o desemprego sobe, o desespero cresce.
A exposição da banca alemã e francesa à dívida grega levam os líderes destes países a agirem no sentido de evitar o incumprimento grego. Assim, atira-se dinheiro emprestado para cima de uma dívida já por si elevadíssima, em troca de duras medidas de austeridade. O resultado tem sido o que se vê.
A Grécia é indiscutivelmente um Estado pária, todos se procuram afastar dela como o Diabo da cruz, dando uma péssima imagem do projecto europeu e deitando por terra os princípios de solidariedade - base da construção europeia.
A responsabilidade é dos Gregos, dir-se-á. Não devemos contudo esquecer que a manipulação e ocultação das contas (que por cá também se faz) foi conseguida com a coadjuvação - para não ir mais longe - da banca internacional.O contágio que se seguiu tem subjacente uma premissa convenientemente esquecida: os países alvos desta panaceia da austeridade são, regra geral, os mesmos que despenderam dinheiros públicos para resgatar a banca de problemas criados por um sistema financeiro desregulado e selvagem. Consequentemente, as dívidas e défices aumentaram incomensuravelmente. Não deixa de ser curioso que quando a França rompeu com as obrigações inerentes ao Pacto de Estabilidade e Crescimento não tenha caído o Carmo e a Trindade.
Seria interessante enveredar-se pelo caminho das auditorias - feitas por entidades idóneas e independentes - das dívidas de países como a Grécia e até Portugal para se perceber que dívidas são estas de que tanto se fala, como foram contraídas, a quem, para quê, em que condições.
Não, não será esse o caminho. Dizem-nos que isso poderia inquietar ainda mais os mercados. Ou será que inquietaria países como a Alemanha que ainda há pouco tempo vendeu cinco submarinos a uma Grécia depauperada.
Vivemos tempos em que os cidadãos são escandalosamente ludibriados, quer pelos responsáveis políticos nacionais, quer por uma União Europeia que a cada dia que passa nos envergonha a todos.
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