Depois das afirmações contraditórias do comissário europeu da Economia sobre a flexibilidade das leis laborais, o Governo mostrou que os discursos no seu seio raras vezes são convergentes e o PSD sublinha novamente a necessidade de se flexibilizar a legislação laboral.É curioso assistir a esta discussão num país em que a precariedade do trabalho é profusa, num país que, não tendo muito para oferecer aos seus cidadãos, vê os mais jovens partir novamente para outras paragens.De resto, quem faz a apologia da flexibilização das leis laborais esquece invariavelmente as razões que subjazem à nossa fraca produtividade e à escassa competitividade da economia portuguesa. Esquecem que poucos investidores estarão interessados em apostar onde a Justiça é morosa e ineficaz, onde prolifera a burocracia e onde o Estado abdica das suas funções de supervisão e regulação para dar lugar à omnipotência própria de outros tempos e de outros regimes.Paralelamente, quando se fala na necessidade de um aumento de produtividade, seria igualmente profícuo não esquecer que a falta de visão estratégica, a fraca qualificação, a má gestão das empresas, a ausência de modernização, fracas condições de trabalho e, amiúde, o tratamento pouco adequado dado aos trabalhadores são elementos centrais à nossa baixa produtividade.Em suma, os problemas do país não se resolvem com mais flexibilidade laboral enquanto se continua a ignorar os verdadeiros óbices ao nosso desenvolvimento. E seria porventura mais interessante que se deixasse de apostar em medidas pontuais e se fizessem as reformas necessárias. Infelizmente, é mais fácil continuar com subterfúgios do que empreender mudanças estruturais.
O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos. Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecências, vai fa
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