A capacidade de nos deixarmos deslumbrar com outros países e outras realidades não cessa de crescer. Depois de Espanha, é agora a Suécia, a Finlândia, a Noruega, a Dinamarca e, em menor escala, a Islândia que nos fascina. O nível de desenvolvimento desses países associado ao bem-estar dos seus cidadãos faz um contraste inexorável com a nossa realidade. Consequentemente, pululam nos meios de comunicação social reportagens sobre a riqueza desses países – com o recurso incessante a comparações entre níveis salariais, salientando o bem-estar social que os verdadeiros Estados-providência proporcionam aos seus cidadãos.
É certo que o primeiro-ministro português terá sido um grande impulsionador deste deslumbramento em relação à Escandinávia. Recorde-se como o modelo finlandês em matéria de educação era apontado como um exemplo a seguir por Portugal. Parece, contudo, que o fascínio governamental chocou com a realidade portuguesa. Hoje, já não se fala com tanta insistência no modelo de educação finlandês, pelo menos por parte de membros do Governo.
O facto de olharmos para países bem sucedidos pode ser de grande proficuidade, se, em simultâneo, se procurar perceber o que subjaz a esse sucesso. E é aqui que tudo se complica. Ora, é habitual olharmos para a Escandinávia e salientarmos a elevada competitividade das economias, a organização quase impecável das sociedades, e o bem-estar dos cidadãos, sem, no entanto, sublinharmos as razões subjacentes a esse quadro tão bem conseguido.
Assim, importa referir que se trata de países que fizeram da qualificação dos recursos humanos desígnios nacionais e onde existe uma cultura de responsabilidade que é a norma e não a excepção como é, infelizmente, o caso do nosso país. É claro que o modelo de desenvolvimento desses países não resvalou para a predominância do betão e das auto-estradas, assim como a produtividade das empresas é elevada e a inovação tecnológica é um dado adquirido.
Mas convém reter o seguinte: nada disso é fruto do mero acaso, pelo contrário, é consequência do rigor, do trabalho, da visão estratégica, da organização e da responsabilidade. Nestas condições, de nada adianta olhar-se com um fascínio quase pueril para esses países e não perceber o caminho que os mesmos tiveram de percorrer, e que há uma conjuntura de factores, que engloba também aspectos culturais, que potenciam o melhor das sociedades.
De resto, nós passamos demasiado tempo a responsabilizar os governos, enquanto o actual Executivo acusa os seus antecessores, e raramente olhamos para as nossas incongruências. Ora, lá está o tal problema da responsabilidade que começa com um sistema de Justiça ineficaz e moroso que, inadvertidamente, promove o sentimento de impunidade que reina no nosso país. Por conseguinte, e para finalizar, não vale a pena olharmos embasbacados para essas realidades sem olharmos primeiro para nós próprios.
É certo que o primeiro-ministro português terá sido um grande impulsionador deste deslumbramento em relação à Escandinávia. Recorde-se como o modelo finlandês em matéria de educação era apontado como um exemplo a seguir por Portugal. Parece, contudo, que o fascínio governamental chocou com a realidade portuguesa. Hoje, já não se fala com tanta insistência no modelo de educação finlandês, pelo menos por parte de membros do Governo.
O facto de olharmos para países bem sucedidos pode ser de grande proficuidade, se, em simultâneo, se procurar perceber o que subjaz a esse sucesso. E é aqui que tudo se complica. Ora, é habitual olharmos para a Escandinávia e salientarmos a elevada competitividade das economias, a organização quase impecável das sociedades, e o bem-estar dos cidadãos, sem, no entanto, sublinharmos as razões subjacentes a esse quadro tão bem conseguido.
Assim, importa referir que se trata de países que fizeram da qualificação dos recursos humanos desígnios nacionais e onde existe uma cultura de responsabilidade que é a norma e não a excepção como é, infelizmente, o caso do nosso país. É claro que o modelo de desenvolvimento desses países não resvalou para a predominância do betão e das auto-estradas, assim como a produtividade das empresas é elevada e a inovação tecnológica é um dado adquirido.
Mas convém reter o seguinte: nada disso é fruto do mero acaso, pelo contrário, é consequência do rigor, do trabalho, da visão estratégica, da organização e da responsabilidade. Nestas condições, de nada adianta olhar-se com um fascínio quase pueril para esses países e não perceber o caminho que os mesmos tiveram de percorrer, e que há uma conjuntura de factores, que engloba também aspectos culturais, que potenciam o melhor das sociedades.
De resto, nós passamos demasiado tempo a responsabilizar os governos, enquanto o actual Executivo acusa os seus antecessores, e raramente olhamos para as nossas incongruências. Ora, lá está o tal problema da responsabilidade que começa com um sistema de Justiça ineficaz e moroso que, inadvertidamente, promove o sentimento de impunidade que reina no nosso país. Por conseguinte, e para finalizar, não vale a pena olharmos embasbacados para essas realidades sem olharmos primeiro para nós próprios.
Comentários