O debate político tem sofrido um empobrecimento constrangedor. Esse empobrecimento é visível na Assembleia da República, e torna-se exasperante no seio dos partidos políticos. Em bom rigor, importa salientar que existem honrosas excepções que são transversais a todo o espectro político. Contudo, é evidente que a artificialidade e a primazia do espectáculo caracterizam os dois principais partidos políticos: o PS e o PSD.
Dá-se particular ênfase à imagem em detrimento do debate de ideias e da pluralidade de opiniões. Em traços gerais, impera, em ambos os partidos, o culto da imagem que é acompanhado pelos soundbytes do costume e pelo recurso incessante a artifícios semânticos. Nesta equação não há lugar para a discussão aprofundada dos reais problemas do país – ou por inabilidade ou porque não há interesse em se discutir o que é crucial para o desenvolvimento de Portugal. Prefere-se, ao invés, a crítica pela crítica – por parte da oposição –, ou a apresentação, nos meios de comunicação social, do trabalho do Governo, sempre acompanhado pela indispensável propaganda.
É claro que esta pobreza de alguma classe política encontra no nosso país o espaço ideal para se proliferar. Em primeiro lugar, o Estado tem o dom da ubiquidade e estatuto de todo-poderoso, consequentemente, são poucos os que vivem fora da esfera do Estado, estando assim em condições para poderem expressar livremente as suas opiniões; em segundo lugar, a bajulação é apreendida, desde cedo, como forma de sobrevivência; e em terceiro lugar, a nossa sociedade ainda é despida de espírito crítico, e não raras vezes o espírito crítico (escasso mas ainda assim acutilante) é ferozmente atacado.
Por outro lado, os dias de hoje caracterizam-se pela instantaneidade, importa, pois, fazer afirmações sonantes, mesmo que incipientes, e fazer valer a imagem de seriedade e determinação – o que interessa é parecer que se sabe exactamente o que se está a fazer, mesmo que isso não seja uma realidade; é a forma e não o conteúdo que deixa a sua marca. E este modo de se fazer política parece endémico. Assim, não é de estranhar que se assista ao triunfalismo desenfreado dos políticos nos mais diversos órgãos de comunicação social – esse triunfalismo raramente é escrutinado.
Os políticos quando se transformam em vendedores de ilusões prestam um mau serviço ao país e à democracia representativa. Paralelamente, não é excessivo afirmar que um país em que prevalece a passividade e a descrença oferece o palco ideal para essa forma de se fazer política. Dir-se-á que esta é a era da imagem e das empresas que prestam serviços de assessoria na área da comunicação. Assim parece ser. Porém, a artificialidade dos protagonistas políticos e a pobreza de ideias que caracteriza o pensamento político dos mesmos são perniciosas para as democracias.
Dá-se particular ênfase à imagem em detrimento do debate de ideias e da pluralidade de opiniões. Em traços gerais, impera, em ambos os partidos, o culto da imagem que é acompanhado pelos soundbytes do costume e pelo recurso incessante a artifícios semânticos. Nesta equação não há lugar para a discussão aprofundada dos reais problemas do país – ou por inabilidade ou porque não há interesse em se discutir o que é crucial para o desenvolvimento de Portugal. Prefere-se, ao invés, a crítica pela crítica – por parte da oposição –, ou a apresentação, nos meios de comunicação social, do trabalho do Governo, sempre acompanhado pela indispensável propaganda.
É claro que esta pobreza de alguma classe política encontra no nosso país o espaço ideal para se proliferar. Em primeiro lugar, o Estado tem o dom da ubiquidade e estatuto de todo-poderoso, consequentemente, são poucos os que vivem fora da esfera do Estado, estando assim em condições para poderem expressar livremente as suas opiniões; em segundo lugar, a bajulação é apreendida, desde cedo, como forma de sobrevivência; e em terceiro lugar, a nossa sociedade ainda é despida de espírito crítico, e não raras vezes o espírito crítico (escasso mas ainda assim acutilante) é ferozmente atacado.
Por outro lado, os dias de hoje caracterizam-se pela instantaneidade, importa, pois, fazer afirmações sonantes, mesmo que incipientes, e fazer valer a imagem de seriedade e determinação – o que interessa é parecer que se sabe exactamente o que se está a fazer, mesmo que isso não seja uma realidade; é a forma e não o conteúdo que deixa a sua marca. E este modo de se fazer política parece endémico. Assim, não é de estranhar que se assista ao triunfalismo desenfreado dos políticos nos mais diversos órgãos de comunicação social – esse triunfalismo raramente é escrutinado.
Os políticos quando se transformam em vendedores de ilusões prestam um mau serviço ao país e à democracia representativa. Paralelamente, não é excessivo afirmar que um país em que prevalece a passividade e a descrença oferece o palco ideal para essa forma de se fazer política. Dir-se-á que esta é a era da imagem e das empresas que prestam serviços de assessoria na área da comunicação. Assim parece ser. Porém, a artificialidade dos protagonistas políticos e a pobreza de ideias que caracteriza o pensamento político dos mesmos são perniciosas para as democracias.
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