Torna-se inevitável fazer crítica ao Governo, pelas mais variadas razões. Mas o desconforto que os indefectíveis do Governo sentem perante as liberdades é razão mais do que suficiente para se criticar a conduta do actual Executivo. Os episódios em que é manifestado o tal desconforto já excedem o limite do razoável:
a) Após as incoerências de uma licenciatura que deixou mais dúvidas do que certezas e que resultou na tentativa por parte do Governo de controlar alguns meios de comunicação social;
b) Depois da intransigência tresloucada da Ota e da subsequente teimosia de um ministro que não aceitava opiniões que divergissem dos seus dogmas disfarçados por tecnicismos e por desertos;
c) Depois do afastamento de um professor da DREN por alegadas injúrias ao primeiro-ministro e da tentativa de se controlar os trabalhadores grevistas aquando da última greve geral;
d) E após a expulsão de uma associação de professores por discordarem da ministra da tutela vemo-nos agora confrontados com a exoneração de funções da Directora do Centro de Saúde de Viera do Minho por não ter retirado atempadamente um cartaz jocoso visando o ministro da Saúde.
Depois destes lamentáveis episódios que dão a imagem de um Governo nervoso e que reage de forma pouco democrática perante as críticas, não é possível que o país aceite o comportamento pouco abonatório da democracia que marca indelevelmente o actual Governo.
A democracia não se resume a um conjunto de discursos pomposos sobre as virtudes da democracia, proferidos em ocasiões especiais. E mais: os ilustres membros do Governo deveriam estar cientes de que, ao manifestarem desconforto perante aqueles tem opinião diferente, estão a prestar um péssimo serviço ao país! A ausência de diálogo, o afastamento dos críticos e o incentivo à chibaria representam um péssimo exemplo para o país – a legitimação destes comportamentos pelas mais altas figuras do Estado é simplesmente abjecto e deve ser alvo do mais profundo repúdio.
Todavia, não é de estranhar a existência de governantes temperamentais que se esquecem amiúde que a consolidação da democracia também faz parte das suas funções. Afinal, este é um país em que a bajulação é premiada. Não fomos convenientemente habituados a valorizar as liberdades, que apesar de consagradas pela Constituição da República Portuguesa, são frequentemente esquecidas. Ainda estamos à espera de um Governo que não sucumba aos habituais tiques de autoritarismo, uns mais do que outros. Talvez seja um problema endémico relacionado com as tentações do poder. Arranjem forma de expurgá-lo, porque haverá sempre quem se recuse a aceitar qualquer cerceamento das liberdades.
a) Após as incoerências de uma licenciatura que deixou mais dúvidas do que certezas e que resultou na tentativa por parte do Governo de controlar alguns meios de comunicação social;
b) Depois da intransigência tresloucada da Ota e da subsequente teimosia de um ministro que não aceitava opiniões que divergissem dos seus dogmas disfarçados por tecnicismos e por desertos;
c) Depois do afastamento de um professor da DREN por alegadas injúrias ao primeiro-ministro e da tentativa de se controlar os trabalhadores grevistas aquando da última greve geral;
d) E após a expulsão de uma associação de professores por discordarem da ministra da tutela vemo-nos agora confrontados com a exoneração de funções da Directora do Centro de Saúde de Viera do Minho por não ter retirado atempadamente um cartaz jocoso visando o ministro da Saúde.
Depois destes lamentáveis episódios que dão a imagem de um Governo nervoso e que reage de forma pouco democrática perante as críticas, não é possível que o país aceite o comportamento pouco abonatório da democracia que marca indelevelmente o actual Governo.
A democracia não se resume a um conjunto de discursos pomposos sobre as virtudes da democracia, proferidos em ocasiões especiais. E mais: os ilustres membros do Governo deveriam estar cientes de que, ao manifestarem desconforto perante aqueles tem opinião diferente, estão a prestar um péssimo serviço ao país! A ausência de diálogo, o afastamento dos críticos e o incentivo à chibaria representam um péssimo exemplo para o país – a legitimação destes comportamentos pelas mais altas figuras do Estado é simplesmente abjecto e deve ser alvo do mais profundo repúdio.
Todavia, não é de estranhar a existência de governantes temperamentais que se esquecem amiúde que a consolidação da democracia também faz parte das suas funções. Afinal, este é um país em que a bajulação é premiada. Não fomos convenientemente habituados a valorizar as liberdades, que apesar de consagradas pela Constituição da República Portuguesa, são frequentemente esquecidas. Ainda estamos à espera de um Governo que não sucumba aos habituais tiques de autoritarismo, uns mais do que outros. Talvez seja um problema endémico relacionado com as tentações do poder. Arranjem forma de expurgá-lo, porque haverá sempre quem se recuse a aceitar qualquer cerceamento das liberdades.
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