André Ventura, vereador do PSD na Câmara de Loures, conhecido pelo
seu discurso inflamado contra a comunidade cigana, vai renunciar ao
mandato para criar um partido político, um tal de "Chega".
Ora,
aproveitando os ares dos tempos, Ventura prepara-se assim para evitar
uma nova maioria de esquerda, propondo a proibição constitucional da
eutanásia, a castração química de pedófilos, o regresso da prisão
perpétua ou a proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
A
ascensão do fascismo e o sucesso de alguns movimentos ou figuras
políticas dessa natureza dá força a quem recentemente procurou assaltar o
poder no PSD e, perante o insucesso, resolve aproveitar o espírito dos
tempos em que o fascismo voltou a ser opção para apresentar um novo
partido que acabará, mais cedo ou mais tarde, de se aproximar desses
ditos movimentos.
E não vale a pena desvalorizar, mesmo a mais
abjecta das propostas - aquelas que deveriam arrepiar qualquer ser
humano - tem os seus seguidores que, perdida a vergonha, assumem o que
são e fazem campanha por quem partilha um ódio visceral pelo seu
semelhante.
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