Não sabemos qual será o resultado da segunda volta
das eleições no Brasil, mas Bolsonaro parece muito bem posicionado para
ser Presidente do maior país da América do Sul. Apenas uma grande
coligação pró-democracia pode eventualmente evitar o pior dos cenários -
sim, Bolsonaro é a antítese da democracia e pode muito bem juntar-se a
Duterte, Órban, Trump, Erdogan, Salvini e Putin. Ainda assim, Bolsonaro,
ordinário, justicialista, misógino, homofóbico e por aí fora, bem
ladeado por evangelistas, consegue a proeza de ser ainda pior do que as
figuras atrás enunciadas.
Entretanto outros se prepararam para
chegar ao poder através de um ideário racista, misógino, com excitação
pela autoridade de chefes masculinos, com propostas de deportações de
massa, banalizando a violência, transformando-a numa coisa aceitável e
até necessária, invariavelmente enquadrados numa espécie de luta
pobremente inspirada nas teorias de Darwin, em plena exultação de
massas. Em suma, fascismo. Em suma, ódio.
Acresce que em
Espanha um partido designado por "Vox" apela abertamente a deportações
em massa de imigrantes, menor protecção para mulheres vítimas de
violência doméstica e o regresso à pena de prisão perpétua. Um partido
fascista que cresce exponencialmente perante a passividade geral.
Todos
têm em comum o ódio, na sua versão mais descarada e perversa. Já nem
sequer se dão ao trabalho de polir o discurso e disfarçar as intenções
mais abjectas, bem pelo contrário, fazem dessas intenções e desse
discurso perverso elementos chaves da sua acção política, estando esses
mesmos elementos directamente relacionados com o sucesso dos movimentos,
partidos ou figuras políticas fascistas.
A passividade de todos que se consideram democratas terá, uma vez mais, custos incomensuráveis.
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