O actual Executivo, coadjuvado pelos partidos à esquerda do PS, representa uma incomensurável evolução sobretudo se compararmos com o Governo de Passos Coelho e Paulo Portas. Os exemplos são abundantes: a cessação de cortes nas pensões e salários, na reposição de rendimentos, na cessação de cortes nos pilares do Estado Social, na filosofia que repudia que a culpa da situação difícil pertence a cada um de nós, sabe-se lá porquê.
Todavia, existem falhas, algumas delas clamorosas como é o caso da mais abjecta falta de condições para as crianças com doença oncológica no S. João no Porto. Injustificável dir-se-á, e no entanto é com facilidade que encontramos a razão que subjaz à tal falta de condições: os compromissos externos, o serviço da dívida, a Zona Euro, tudo a mesma coisa. E tal como já se disse neste mesmo espaço, contrariamente ao que se promove como ideia de futuro, os pilares do Estado Social continuarão a ruir, desta feita às mãos da esquerda, tudo em nome dos compromissos externos. Os compromissos externos e até uma declarada intenção de ir mais longe do que o estipulado.
Cabe sobretudo aos partidos que se encontram à esquerda do PS lutarem para que Saúde, Educação e Segurança Social nunca venham a ser os parentes pobres de um país que se quer pôr bonito para quem o visita e que tenderá a esconder as suas imperfeições. Deve ser essa a função de Bloco de Esquerda e do PCP desde logo para lembrarem a todos a importância de evitar uma maioria absoluta do PS nas próximas eleições, jamais abdicando de sublinhar a existência de situações que são prioridades absolutas.
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