Primeiro
foram os jornalistas. Depois os imigrantes e os refugiados e agora
membros de topo da justiça americana.
Depois
do infame decreto com o objectivo de impedir a entrada de refugiados
e imigrantes originários de alguns países de maioria muçulmana,
Donald Trump inicia uma terceira fase que vem na sequência da
primeira. Tudo em pouco mais de uma semana. E tudo envolto num
nacionalismo exacerbado e exasperante.
Num
primeiro momento avisa o povo que a comunicação social é inimiga e
só existe para destronar o Presidente eleito. Pelo caminho manda-se
calar essa mesma comunicação social. Logo depois cerceia-se um
conjunto de liberdades ao mesmo tempo que se hostiliza o inimigo - no
caso refugiados e imigrantes. Em seguida, procede-se à limpeza,
afastando dos cargos quem constituiu obstáculo à prossecução dos
objectivos da primeira fase.
Sally
Yates ficará na História por ter sido demitida - saneada - horas
depois de ter ordenado ao Departamento de Estado para não fazer
qualquer defesa do famigerado e confuso decreto que impede a entrada
de imigrantes e refugiados, até pela inconstitucionalidade da
medida. Sally Yates, procuradora-geral, aguardava o seu afastamento
em consequência de uma nova nomeação que seria confirmada pelo
Senado. Todavia, tudo se precipitou: segundo um comunicado da Casa
Branca "o Presidente libertou a senhora Yates das suas funções",
acrescentando que Sally Yates "traiu o Departamento de Estado ao
não aplicar uma ordem legal feita para proteger os cidadãos
americanos" Atente-se à utilização do verbo "trair".
Esta
é a terceira fase: o saneamento. Segundo o jornal inglês "The
Guardian" existem já outros saneamentos no Departamento de
Estado que visam hierarquias superiores.
Novas
fases virão e, ao que tudo indica, muito brevemente. Esperemos que
tudo chegue a um fim antes da derradeira fase e, quem sabe,
objectivo: a guerra. Foi assim com o fascismo.
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