Como
explicar que a Presidente brasileira Dilma Rousseff, sem razão que
justifique sequer algum alarido, seja afastada do cargo? É difícil
e sobretudo é incompreensível para aqueles que acreditam no poder
soberano do povo.
O
Brasil transformou a sua democracia numa farsa. A direita que
pretende chegar ao poder, chegou também à conclusão de que só o
conseguiria recorrendo a manobras insidiosas que não passassem pela
soberania do povo porque se o povo se pronunciasse, como é norma em
democracia, o resultado seria invariavelmente o mesmo: os tais que
moveram montanhas para afastar Dilma continuariam arredados do poder.
Isso não pode ser, até porque há negócios para fazer.
Outra
curiosidade da referida farsa prende-se com a palavra corrupção que
alguns pretendem associar à Presidente destituída. Na verdade,
muitos daqueles que gritaram "sim" em nome de tudo e de
mais alguma coisa e aqueles que tudo fizeram para afastar Dilma
Rousseff são eles próprios, contrariamente à Presidente agora
afastada, acusados de corrrupção.
O
Brasil sem Dilma é uma caricatura da democracia: fala-se na
corrupção como aquela doença que corrompe o sistema democrático,
mas tantos vivem bem com essa corrupção ao mesmo tempo que se
afundam na mais abjecta hipocrisia. O Brasil sem Dilma é uma farsa,
onde tudo parece ser relevante, menos aquilo que realmente importa: a
voz do povo.
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