Antes,
durante e depois da queda do Governo subsistem as dúvidas e
prevalecem as dificuldades em torno de um Governo de esquerda.
Tivéssemos sido nós tão exigentes no passado e teríamos evitado a
torrente de erros que ainda hoje nos oneram.
De
qualquer modo, não me recordo de assistir à exposição de tantas
dúvidas como se tem assistido a tudo o que diz respeito Governo PS
apoiado pelo BE, PCP e PEV. Tivéssemos nós sido tão exigentes com
o Governo de Passos Coelho, mesmo com as irrevogabilidades que o
marcaram, e talvez as coisas tivessem sido diferentes.
Porém,
reconheço que um Governo de esquerda enfrentará dificuldades
adicionais. Desde logo as pressões a que estão sujeitos, desde a
comunicação social às instituições europeias. Quanto aos
mercados, por muito que a dita comunicação social não esconda os
seus anseios, a verdade é que a instabilidade parece perturbar mais
(e ainda assim pouco) do que a existência de um Governo de esquerda.
Seja como for e apesar das pressões prevalece a vontade do povo.
Vivemos em democracia, ainda.
Por
conseguinte, existirão dificuldades, é verdade, sendo que estas
dificuldades não são as mesmas enumeradas por quem beneficia com um
governo como este que foi demitido. Mas para aqueles que procuram
garantias e certezas, deixo-vos duas: a morte e impostos. O resto
vai-se fazendo.
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