Já
por aqui abordámos as potenciais dificuldades que o Governo de
António Costa enfrentará. Está na altura de exercitarmos uma
tentativa de vislumbre dos pontos positivos que podem favorecer o
Governo que agora inicia funções.
Os
acordos entre as esquerdas e a sua necessária solidez são um factor
essencial para a estabilidade de futuro deste Governo. Os primeiros
sinais são positivos - a união no Parlamento existe, quer em
matérias de adopção ou o fim dos exames no quarto ano. Sendo certo
que os principais desafios estão ainda por ser ultrapassados, não
deixa de ser relevante o consenso já revelado pelas esquerdas - o
que significa um aspecto positivo e determinante. Este cenário é
também interessante para a própria democracia: um governo que
necessita de constante negociação; um Parlamento com uma
importância que havia sido entretanto esquecida.
Por
outro lado, os factores externos: a começar pelas baixas taxas de
juro. 2015 foi um ano excepcional e apesar da volatilidade inerente a
estas questões, tudo indica que a tendência se manterá. E o BCE
não tem emitido sinais que indiciam alterações às suas políticas
e pelo menos até ao momento não há sinais negativos.
Por
outro lado ainda, a procura por parte do governo francês e italiano
de um alívio no garrote orçamental pode eventualmente ser uma boa
notícia para Costa e para Portugal. Aliás, será neste e noutros
aspectos europeus que importa ter representantes políticos nacionais
que compreender e procuram o melhor para o seu país. De resto,
Passos Coelho e companhia não o compreenderam, nem nunca fizeram
essa procura. Bem pelo contrário, sempre preferiram o colo de
Shaüble, mesmo que isso implicasse consequências desastrosas para o
nosso país.
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