Espanha
vai a eleições daqui a pouco mais de um mês e a última sondagem
do El Pais mostra a possibilidade de o Partido Popular perder mais de
80 deputados, o PSOE perder cerca de 15, assim como de um resultado
muito significativo para os movimentos Ciudadanos e Podemos. Outros
partidos de esquerda poderão eleger um número significativo de
deputados.
No
Partido Trabalhista inglês a escolha de Jeremy Corbyn mostra
claramente a vontade de mudança e de um regresso aos valores
socialistas do partido. A ver vamos como se comporta o Sinn Féin
(partido veementemente contra a austeridade) na República da
Irlanda. E em Portugal, a possibilidade de uma inédita união de
esquerda é real e só parece contar com um óbice: o Presidente da
República.
Depois
de anos de austeridade imposta pelos partidos pertencentes à família
do Partido Popular Europeu, com a conivência dos partidos
socialistas, muitos cidadãos europeus mostrar querem combater essa
hegemonia. Os partidos e movimentos de cidadãos parecem começar a
responder aos anseios populares.
O
esmagamento do Syrisa - isolado e humilhado pela família do PPE, a
mando da Alemanha e perante o silêncio dos socialistas - não será
seguramente o fim da história contra a austeridade. As mudanças
começam a desenhar-se no horizonte e uma nova configuração
política na Europa pode ser uma realidade a curto e médio prazo. De
resto, esta é a forma mais exequível de se combater
democraticamente aqueles que, paradoxalmente, têm fragilizado tanto
a democracia na Europa.
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