Por
muito desconcertante que os membros deste Governo sejam, há
episódios que simplesmente raiam o surreal. O que dizer da
intervenção da ministra das Finanças sobre pensões perante um
conjunto de jovens bem penteados do PSD? Qual a ideia de anunciar a
possibilidade de mais cortes nas pensões, em particular nas
actuais?
Temos
assistido a intervenções do primeiro-ministro em que este anuncia
isto e o seu contrário, numa espécie de insanidade aceite por todos
como uma idiossincrasia de alguém que simplesmente é desprovido de
uma personalidade interessante. Temos sido bombardeados por notícias
que visam mostrar uma coligação cheia de força, em oposição a um
partido socialista com dificuldades em arrancar para a vitória.
Temos assistido aos esforços da comunicação social precisamente
com o objectivo de mostrar uma coligação forte e capaz, ao ponto do
ridículo. E assistimos agora às palavras da ministra das Finanças
que toca na ferida de parte do eleitorado do PSD e boa parte do
eleitorado do CDS. Faz todo o sentido referir que se tratou de um
convite por parte da ministra das Finanças: não votem nos partidos
da coligação. Ou ainda tudo não passa daquela ideia de que "quanto
pior melhor". Em bom rigor, se essa ideia colhe votos, então
talvez o país precise de tratamento médico, a par do seu
primeiro-ministro. Hipótese que merece igual atenção prende-se com o enfraquecimento da própria Segurança Social, associada à desconfiança e à instabilidade, empurrando os que podem para sistemas privados que serão uma realidade se este Governo for reeleito.
Seja
como for, o inefável Marco António Costa já veio pôr água na
fervura, Há vidas assim, que se resumem a tão pouco.
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