«É
uma reportagem que só vem confirmar a opinião que eu tenho, que
os serviços de urgência em Portugal funcionam muito bem,
é uma experiência que confirma que tem picos de afluência, como
nós já sabíamos, durante a noite os serviços tendem a encher-se,
durante o dia tendem a estar mais vazios, por força da própria
orgânica do sistema», disse o secretário de Estado adjunto da
Saúde, Fernando Leal da Cunha, referindo-se à reportagem da TVI
sobre
os
serviços de urgência de vários hospitais - um retrato assustador
do estado a que chegaram os hospitais públicos; um atentado à
dignidade humana. E Leal da Cunha acrescentou: «O
que nós vimos foram pessoas bem instaladas,
bem deitadas, em macas com protecção anti queda, em macas
estacionadas em locais apropriados, algumas dos quais em trânsito
eventualmente para outro serviço. Vimos
pessoas em camas articuladas, vimos pessoas com postos de oxigénio,
vimos hospitais modernos, vimos sobretudo profissionais muito
esforçados»,
não se esquecendo de referir que as críticas dos médicos
explicam-se com o facto dos mesmos pertencerem ao Partido Comunista.
O
secretário de Estado adjunto perdeu uma oportunidade de ouro para
estar calado. Uma oportunidade único e absolutamente
desperdiçada.
Ora, o secretário de Estado adjunto preferiu tecer comentários
sobre o inefável. O resultado está à vista: mais uma manifestação
boçal de insensibilidade que anda a par de tantas outras partilhadas
por membros do ainda Governo. Não há palavras para descrever
tamanha imbecilidade. .
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