Estamos
prestes a entrar num novo ciclo eleitoral e com o fim que se
aproxima, tudo o que diz respeito a negócios envolvendo o Estado se
precipita. Restam escassos meses até às legislativas e este
Governo, em larga medida à semelhança de outros, acelera o processo
de privatizações.
Assim,
assistiremos em catadupa a privatizações, sobretudo na área dos
transportes, a saber: TAP - a mais cobiçada -; subconcessões da
Carris e do Metro; STCP, CP Carga e a fusão da Refer com a Estradas
de Portugal.
Os
governos, e este em particular, há muito se transformaram em
verdadeiras centrais de negócios, sendo que muito deles nem
tão-pouco encontram justificação nas famigeradas imposições da
troika. É assim, simplesmente porque é rentável para quem compra e
porque a salvaguarda do bem público não faz parte da filosofia de
quem governa, numa absoluta negação da própria política.
Este
profundo processo de privatizações que sofre um acentuado
aceleramento nos próximos meses é a essência de quem se diz
representante do povo, quando mais não é do que um mero
intermediário em negócios ruinosos para o país. Pelo caminho
convencem-nos do "tem de ser" porque "as referidas
empresas" dão prejuízo, apesar de serem tão apetecíveis para
as empresas privadas que as compram. Pelo caminho o valor estratégico
dessas empresas não tem qualquer relevância, sobretudo num país
acanhado, repleto de meros espectadores da desgraça colectiva.
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