Depois
do atentado à Universidade de Garissa, o resultado é trágico:
perto de 150 estudantes - cristãos - brutalmente assassinados
por membros de um grupo terrorista designado por Al-Shebaab (grupo
islamita). Recorde-se que o sequestro levou 17 horas até chegar a um
desfecho.
O
Quénia, rodeado por vizinhos assolados pela violência, depara-se
agora com uma tragédia sem precedentes. Com este ataque o Quénia
paga a fatura de se ter envolvido no combate ao terrorismo na vizinha
Somália - um país cujas autoridades estão muito longe de combater
eficazmente o terrorismo; um país pobre e sem quaisquer estruturas;
um contexto ideal para a proliferação do terrorismo.
É
precisamente a Somália e outros países como o caso do Sudão e até
da Nigéria que devem recair as atenções internacionais. O
fundamentalismo de natureza islâmica está em franca expansão.
Veja-se a forma como o Estado Islâmico avança sobre a capital
Síria, Damasco. Veja-se o controlo efectivo de parte do território
iraquiano,Sírio e Líbio por parte deste grupo terrorista. E parte
de África subsariana não escapa à violência atroz praticada por
quem apregoa o fundamentalismo.
Este
é um verdadeiro desafio, sem que existam soluções fáceis. O certo
é que países sem estruturas judiciais e políticas, associados a
uma pobreza endémica, representam o contexto ideal para a
proliferação do fundamentalismo islâmico. Qualquer combate ao
terrorismo tem de, forçosamente, acautelar os contextos onde esse
mesmo terrorismo encontra o seu habitat natural.
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