Ana Gomes defende a tese segundo a qual o PS deve coligar-se com o Bloco de Esquerda. Não se pense que esta ideia é exclusiva da eurodeputada e candidata autárquica, haverá seguramente dentro do PS e, porventura não só, quem advogue esta coligação. Será curioso verificar como um partido que defende uma verdadeira economia de mercado como é o caso do PS possa coligar-se com um partido cujas propostas nos remetem para um outro tempo histórico com a estatização da economia.
Sejamos claros: há um campo onde é possível haver um entendimento entre PS e BE - nas ideias liberais sobre os costumes, sobre o conceito de família e sobre algumas liberdades individuais é possível encontrar uma multiplicidade de pontos em comum. Mas o entendimento fica-se por aí. Em matéria de modelo de desenvolvimento económico-social as divergências são imensas. Não chega dizer que se pretende combater o desemprego, trazer maior transparência para a economia, ou lutar contra a pobreza porque essas são ideias genéricas defendidas pela generalidade dos partidos. A questão é como fazê-lo, e nesse aspecto particular há evidentes divergências entre BE e PS.
Além disso, o Bloco de Esquerda tem sido um partido pouco vocacionado para assumir uma posição de poder, é inegavelmente um partido de causas, mas é um partido cuja ideia de modelo económico e sociedade vai em sentido diametralmente oposto àquilo que se passa nos países da União Europeia. É certo que alguns responsáveis políticos denotam que nada aprenderam com actual crise e que não foram retiradas as devidas lições, mas daí a defender-se a estatização da economia, a existência de super Estados seria o último estertor de uma economia débil. Nesta matéria, o PS não poderá alinhar com o modelo de economia defendido pelo Bloco de Esquerda. Nessa precisa medida, será que o investimento público é a panaceia para todos os males? Será que um governo do qual faça parte o BE contribui para que o investimento seja uma realidade no nosso país?
É sobejamente conhecida a atracção que o Bloco de Esquerda causa em muita gente, e também é verdade que há muito mais neste partido do que os chavões que Francisco Louça não cessa de enunciar. Mas a verdade fica algures entre o tom crispado do líder bloquista e os tais chavões que tantos gostam de ouvir. Ana Gomes almeja que o país vire ainda mais à esquerda, acabando na esquerda radical. E sendo certo que não se verificam as condições necessárias, por clara inabilidade dos principais candidatos, para que o país venha a ter um governo digno desse nome, a viragem à esquerda de que Ana Gomes fala seria ainda mais prejudicial para o país.
Por último, seria também curioso assistir a um governo liderado por José Sócrates mas com a preponderância de Francisco Louçã, isto depois de quatro anos de intensa animosidade. Olhando pelo lado positivo, a existência de um governo de José Sócrates e Louçã poderia representar uma excelente oportunidade de reconciliação entre os dois.
Sejamos claros: há um campo onde é possível haver um entendimento entre PS e BE - nas ideias liberais sobre os costumes, sobre o conceito de família e sobre algumas liberdades individuais é possível encontrar uma multiplicidade de pontos em comum. Mas o entendimento fica-se por aí. Em matéria de modelo de desenvolvimento económico-social as divergências são imensas. Não chega dizer que se pretende combater o desemprego, trazer maior transparência para a economia, ou lutar contra a pobreza porque essas são ideias genéricas defendidas pela generalidade dos partidos. A questão é como fazê-lo, e nesse aspecto particular há evidentes divergências entre BE e PS.
Além disso, o Bloco de Esquerda tem sido um partido pouco vocacionado para assumir uma posição de poder, é inegavelmente um partido de causas, mas é um partido cuja ideia de modelo económico e sociedade vai em sentido diametralmente oposto àquilo que se passa nos países da União Europeia. É certo que alguns responsáveis políticos denotam que nada aprenderam com actual crise e que não foram retiradas as devidas lições, mas daí a defender-se a estatização da economia, a existência de super Estados seria o último estertor de uma economia débil. Nesta matéria, o PS não poderá alinhar com o modelo de economia defendido pelo Bloco de Esquerda. Nessa precisa medida, será que o investimento público é a panaceia para todos os males? Será que um governo do qual faça parte o BE contribui para que o investimento seja uma realidade no nosso país?
É sobejamente conhecida a atracção que o Bloco de Esquerda causa em muita gente, e também é verdade que há muito mais neste partido do que os chavões que Francisco Louça não cessa de enunciar. Mas a verdade fica algures entre o tom crispado do líder bloquista e os tais chavões que tantos gostam de ouvir. Ana Gomes almeja que o país vire ainda mais à esquerda, acabando na esquerda radical. E sendo certo que não se verificam as condições necessárias, por clara inabilidade dos principais candidatos, para que o país venha a ter um governo digno desse nome, a viragem à esquerda de que Ana Gomes fala seria ainda mais prejudicial para o país.
Por último, seria também curioso assistir a um governo liderado por José Sócrates mas com a preponderância de Francisco Louçã, isto depois de quatro anos de intensa animosidade. Olhando pelo lado positivo, a existência de um governo de José Sócrates e Louçã poderia representar uma excelente oportunidade de reconciliação entre os dois.
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