Embora seja recorrente enumerar as razões que justificam ou não um determinado sentido de voto, e apesar das sondagens serem animadoras para o PS, não resisto em fazer um pequeno exercício de enumeração das razões que estão subjacentes a uma recusa em votar no partido do Governo. Assim, o meu voto não será no PS pelas seguintes razões:
Em primeiro lugar, o modelo de desenvolvimento económico e social seguido pelo governo tem vindo a empobrecer o país - o país está longe de conseguir criar riqueza e o actual governo alimentou um país estagnado, esmorecido e sem capacidade de atrair e manter investimento nacional e estrangeiro. A proposta do PS é clara: tudo se resolve com obras públicas porque é esta a concepção de investimento público que o governo tem, e com a distribuição de benesses aqui e ali, muito bempropagandeadas . A equação é, afinal, muito simples: mantém-se uma larga franja da população pobre, alimentada artificialmente e a prazo por subsídios, sem se criar as condições para reduzir efectivamente a pobreza. A palavra endividamento nem sequer faz parte do léxico do Executivo de José Sócrates.
Em segundo lugar, a concepção que este governo tem do Estado é inquietante. É certo que nenhum governo resiste em instrumentalizar e moldar o Estado à sua maneira, mas este governo deu um passo à frente nesse sentido, criando um ambiente de subserviência do cidadão e das empresas face ao Estado. Com efeito, nunca foram explicadas as adjudicações sem concurso levadas a cabo por um governo que tem todo o interesse em manter e, se for possível, aumentar a dependência de uma larga maioria de cidadãos relativamente ao Estado. O país e o Estado confundem-se e essa é uma marca que este Governo deixa.
Paralelamente, em áreas como a educação, os problemas criados pelo actual Executivo vão para além dos antagonismos criados em torno dos professores. A filosofia do Ministério da Educação, impregnada de teorias de inclusão a qualquer custo, mais não são do que mais uma sinal damediocridade deste governo que acredita que é por distribuir computadores, reduzir o grau de exigência e promover o laxismo que se melhora a educação.
Outra razão que justifica a crítica ao PS prende-se com o estado da justiça em Portugal. Em mais de quatro anos, os cidadãos continuam a ter dificuldades em lidar com uma justiça morosa e ineficaz, um verdadeiro óbice à livre expressão dos direitos dos cidadãos e um elemento que afasta o investimento. Em matéria de segurança, e com a apressada entrada em vigor do novo código do processo penal, algumas zonas do país transformaram-se em verdadeiras selvas urbanas. A inércia no que diz respeito à luta contra a corrupção indicia a pior das intenções.
É possível ainda enumerar o peso e ineficácia da Administração Pública, as incongruências na área da saúde, o caos urbanístico que não pode ser apenas imputado ao poder local, a desburocratização tentada, mas cujos resultados ficam aquém do que seria necessário.
É claro que existem alguns sucessos, embora relativos. Conseguiu-se assegurar a sustentabilidade da segurança social, graças a redução de reformas e aumento da idade de reforma; reduziu-se o défice, à custa de aumento de impostos, mas infelizmente o défice disparou para níveis assustadores, consequência da previsível redução de receita e aumento de despesa. Em bom rigor, é importante referir que a aposta do Governo nas energias renováveis é meritória.
Importa ainda referir que o primeiro-ministro nunca se mostrou confortável com as liberdades, e passou essa ideia, inadvertidamente ou não, aos seus seguidores que foram amiúde mais "papistas do que o Papa". Generalizou-se o sentimento de que o país vivia uma espécie declaustrofobia democrática. Hoje assiste-se à metamorfose de primeiro-ministro, a tolerância, passou a ser uma das características mais destacadas do primeiro-ministro. Em síntese, José Sócrates não contribuiu para a consolidação da democracia portuguesa.
No cômputo geral, a mediocridade deste governo não encontra paralelo, mesmo no desolador caso do PSD. Não é por se disfarçar a mediocridade, com artifícios propagandísticos que ela deixa de ser mediocridade.
Em primeiro lugar, o modelo de desenvolvimento económico e social seguido pelo governo tem vindo a empobrecer o país - o país está longe de conseguir criar riqueza e o actual governo alimentou um país estagnado, esmorecido e sem capacidade de atrair e manter investimento nacional e estrangeiro. A proposta do PS é clara: tudo se resolve com obras públicas porque é esta a concepção de investimento público que o governo tem, e com a distribuição de benesses aqui e ali, muito bempropagandeadas . A equação é, afinal, muito simples: mantém-se uma larga franja da população pobre, alimentada artificialmente e a prazo por subsídios, sem se criar as condições para reduzir efectivamente a pobreza. A palavra endividamento nem sequer faz parte do léxico do Executivo de José Sócrates.
Em segundo lugar, a concepção que este governo tem do Estado é inquietante. É certo que nenhum governo resiste em instrumentalizar e moldar o Estado à sua maneira, mas este governo deu um passo à frente nesse sentido, criando um ambiente de subserviência do cidadão e das empresas face ao Estado. Com efeito, nunca foram explicadas as adjudicações sem concurso levadas a cabo por um governo que tem todo o interesse em manter e, se for possível, aumentar a dependência de uma larga maioria de cidadãos relativamente ao Estado. O país e o Estado confundem-se e essa é uma marca que este Governo deixa.
Paralelamente, em áreas como a educação, os problemas criados pelo actual Executivo vão para além dos antagonismos criados em torno dos professores. A filosofia do Ministério da Educação, impregnada de teorias de inclusão a qualquer custo, mais não são do que mais uma sinal damediocridade deste governo que acredita que é por distribuir computadores, reduzir o grau de exigência e promover o laxismo que se melhora a educação.
Outra razão que justifica a crítica ao PS prende-se com o estado da justiça em Portugal. Em mais de quatro anos, os cidadãos continuam a ter dificuldades em lidar com uma justiça morosa e ineficaz, um verdadeiro óbice à livre expressão dos direitos dos cidadãos e um elemento que afasta o investimento. Em matéria de segurança, e com a apressada entrada em vigor do novo código do processo penal, algumas zonas do país transformaram-se em verdadeiras selvas urbanas. A inércia no que diz respeito à luta contra a corrupção indicia a pior das intenções.
É possível ainda enumerar o peso e ineficácia da Administração Pública, as incongruências na área da saúde, o caos urbanístico que não pode ser apenas imputado ao poder local, a desburocratização tentada, mas cujos resultados ficam aquém do que seria necessário.
É claro que existem alguns sucessos, embora relativos. Conseguiu-se assegurar a sustentabilidade da segurança social, graças a redução de reformas e aumento da idade de reforma; reduziu-se o défice, à custa de aumento de impostos, mas infelizmente o défice disparou para níveis assustadores, consequência da previsível redução de receita e aumento de despesa. Em bom rigor, é importante referir que a aposta do Governo nas energias renováveis é meritória.
Importa ainda referir que o primeiro-ministro nunca se mostrou confortável com as liberdades, e passou essa ideia, inadvertidamente ou não, aos seus seguidores que foram amiúde mais "papistas do que o Papa". Generalizou-se o sentimento de que o país vivia uma espécie declaustrofobia democrática. Hoje assiste-se à metamorfose de primeiro-ministro, a tolerância, passou a ser uma das características mais destacadas do primeiro-ministro. Em síntese, José Sócrates não contribuiu para a consolidação da democracia portuguesa.
No cômputo geral, a mediocridade deste governo não encontra paralelo, mesmo no desolador caso do PSD. Não é por se disfarçar a mediocridade, com artifícios propagandísticos que ela deixa de ser mediocridade.
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