A fazer fé na fiabilidade das sondagens e na distância entre PS e PSD, o dia seguinte às eleições será a continuação destes últimos quatro anos e meio com a agravante de neste contexto entrarem outras variáveis como o caso do Bloco de Esquerda ou talvez o PCP. A acreditar que as sondagens, mesmo depois do fracasso das europeias e que dão uma vantagem substancial ao PS, o país vai ter um governo instável, dependente de acordos com os partidos mais à esquerda - no fundo um governo refém da sua incapacidade de governar sozinho ou com uma esquerda ideologicamente arcaica.
É sobre o dia seguinte que o país deve reflectir, tendo em conta as dificuldades que muitos têm em olhar para um passado recente caracterizado pela irascibilidade do primeiro-ministro, pela promoção do laxismo como modo de vida e marcado profundamente pela instrumentalização do Estado e por reformas incompletas ou falhadas. A acreditar nas sondagens, a mensagem de pseudo-modernidade versus conservadorismo resultou, assim como a metamorfose artificial do primeiro-ministro foi mais um ponto a favor do PS.
Manuela Ferreira Leite já tinha algumas desvantagens em relação ao primeiro-ministro: a imagem de austeridade aliada a uma manifesta incapacidade para dominar a arte da retórica condicionou a campanha da líder do PSD. Mas terão sido alguns erros que poderão determinar o resultado de domingo, a começar na composição das listas para deputados que continham nomes pouco recomendáveis e, consequentemente, abalaram a credibilidade da Presidente do partido - uma das suas grandes vantagens. A campanha do PSD foi negativa, desde logo com um programa político demasiado generalista, longe de esclarecer o que o partido quer fazer na área da saúde, por exemplo, e a insistência na "asfixia democrática" como forma de colmatar a inexistência de ideias acabam por ter um peso considerável na decisão dos eleitores. As incertezas em torno das políticas que o PSD pretende para o país afastam um eleitorado de centro e de centro-esquerda que não pretendiam votar PS. Luís Filipe Menezes tem razão quanto à mediocridade desta campanha.
Todavia, a rejeição do PSD como solução governativa, pressupõe a continuação de políticas de empobrecimento levadas a cabo pelo PS, com a possível colaboração de partidos mais à esquerda. O modelo económico do governo, impregnado de uma modernidade meramente artificial, e cujo resultado será invariavelmente o mesmo - o do empobrecimento e dos consequentes remendos sociais - poderá contar agora com a participação ou de um dos partidos comunistas mais ortodoxos na Europa, ou por outro partido de esquerda supostamente moderno, mas que defende um modelo de economia totalmente desfasado da realidade europeia. Poderá ser assim o dia seguinte. E será no dia seguinte que o Presidente vai quebrar o silêncio sobre a alegada vigilância? Pena não ter sido antes.
É sobre o dia seguinte que o país deve reflectir, tendo em conta as dificuldades que muitos têm em olhar para um passado recente caracterizado pela irascibilidade do primeiro-ministro, pela promoção do laxismo como modo de vida e marcado profundamente pela instrumentalização do Estado e por reformas incompletas ou falhadas. A acreditar nas sondagens, a mensagem de pseudo-modernidade versus conservadorismo resultou, assim como a metamorfose artificial do primeiro-ministro foi mais um ponto a favor do PS.
Manuela Ferreira Leite já tinha algumas desvantagens em relação ao primeiro-ministro: a imagem de austeridade aliada a uma manifesta incapacidade para dominar a arte da retórica condicionou a campanha da líder do PSD. Mas terão sido alguns erros que poderão determinar o resultado de domingo, a começar na composição das listas para deputados que continham nomes pouco recomendáveis e, consequentemente, abalaram a credibilidade da Presidente do partido - uma das suas grandes vantagens. A campanha do PSD foi negativa, desde logo com um programa político demasiado generalista, longe de esclarecer o que o partido quer fazer na área da saúde, por exemplo, e a insistência na "asfixia democrática" como forma de colmatar a inexistência de ideias acabam por ter um peso considerável na decisão dos eleitores. As incertezas em torno das políticas que o PSD pretende para o país afastam um eleitorado de centro e de centro-esquerda que não pretendiam votar PS. Luís Filipe Menezes tem razão quanto à mediocridade desta campanha.
Todavia, a rejeição do PSD como solução governativa, pressupõe a continuação de políticas de empobrecimento levadas a cabo pelo PS, com a possível colaboração de partidos mais à esquerda. O modelo económico do governo, impregnado de uma modernidade meramente artificial, e cujo resultado será invariavelmente o mesmo - o do empobrecimento e dos consequentes remendos sociais - poderá contar agora com a participação ou de um dos partidos comunistas mais ortodoxos na Europa, ou por outro partido de esquerda supostamente moderno, mas que defende um modelo de economia totalmente desfasado da realidade europeia. Poderá ser assim o dia seguinte. E será no dia seguinte que o Presidente vai quebrar o silêncio sobre a alegada vigilância? Pena não ter sido antes.
Comentários