Edite Estrela afirma que Ferreira Leite foi ministra de má memória. Talvez fosse melhor que Edite Estrela não começasse a evocar o passado, porque o seu, em particular na Câmara de Sintra, não foi propriamente brilhante. Se Ferreira Leite deixou uma má memória, o que dizer então de José Sócrates, Mário Lino, António Costa, a inefável Maria de Lurdes Rodrigues, entre outros?
Em bom rigor, a ministra da Educação e posteriormente das Finanças, Manuela Ferreira Leite, não deixou saudades a muito boa gente. O estilo característico de Ferreira Leite, mais perto do tecnocrata do que do político, e manifestando invariavelmente uma enorme relutância em usar a palavra, para além daquilo que Ferreira Leite considera essencial, prejudica indubitavelmente a agora líder do PSD. Desde logo, porque Ferreira Leite nunca se mostrou muito disposta a explanar sobre o seu trabalho desenvolvido, em particular na pasta das Finanças.
Por outro lado, e ainda falando em memória, importa recorrer a alguns exercícios de memória para lembrar o passado carregado de propaganda barata do ainda primeiro-ministro e do seu séquito. O aproveitamento e engrandecimento do Estado omnipresente e omnipotente para servir outros propósitos que não os de interesse nacional; a palhaçada em que se transformou o sistema educativo; os sistemáticos recursos a antagonismos no seio da sociedade, fosse entre professores e os outros, fosse entre funcionários públicos e os outros; a promoção da subsidiodependência; a fraca aposta nas empresas, no investimento privado e na criação de emprego; o eterno adiamento de uma reforma da justiça que produza resultados e que vá além de reformas do código do processo penal e da sua rápida aplicação com os resultados que todos conhecemos; ou talvez a tão propalada reforma da Administração Pública que se reduz, em larga medida, a uma redução de algumas centenas de funcionários; ou porventura a desburocratização tão necessária ao desenvolvimento do país, mas que não vai além de algumas medidas levadas a cabo no período áureo do actual Governo, ou seja no primeiro ano em que o reformismo era a palavra de ordem; ou por falar em primeiro ano de legislatura, o que dizer do aumento de impostos? Esta é a obra do actual Governo. E quando se fala em memória, convém então não esquecer a grande obra do Executivo de José Sócrates.
O brilhantismo não será característica que acompanha grande parte dos nossos políticos, é verdade, e Ferreira Leite não é seguramente uma excepção. Mas embrulhar o fracasso com um papel colorido e brilhante, não transforma subitamente o fracasso em sucesso. E mesmo a redução do défice, à custa de sacrifícios da classe média, é hoje uma vaga recordação que já nem a propaganda consegue disfarçar. É preciso ter cuidado quando se evoca a memória.
Em bom rigor, a ministra da Educação e posteriormente das Finanças, Manuela Ferreira Leite, não deixou saudades a muito boa gente. O estilo característico de Ferreira Leite, mais perto do tecnocrata do que do político, e manifestando invariavelmente uma enorme relutância em usar a palavra, para além daquilo que Ferreira Leite considera essencial, prejudica indubitavelmente a agora líder do PSD. Desde logo, porque Ferreira Leite nunca se mostrou muito disposta a explanar sobre o seu trabalho desenvolvido, em particular na pasta das Finanças.
Por outro lado, e ainda falando em memória, importa recorrer a alguns exercícios de memória para lembrar o passado carregado de propaganda barata do ainda primeiro-ministro e do seu séquito. O aproveitamento e engrandecimento do Estado omnipresente e omnipotente para servir outros propósitos que não os de interesse nacional; a palhaçada em que se transformou o sistema educativo; os sistemáticos recursos a antagonismos no seio da sociedade, fosse entre professores e os outros, fosse entre funcionários públicos e os outros; a promoção da subsidiodependência; a fraca aposta nas empresas, no investimento privado e na criação de emprego; o eterno adiamento de uma reforma da justiça que produza resultados e que vá além de reformas do código do processo penal e da sua rápida aplicação com os resultados que todos conhecemos; ou talvez a tão propalada reforma da Administração Pública que se reduz, em larga medida, a uma redução de algumas centenas de funcionários; ou porventura a desburocratização tão necessária ao desenvolvimento do país, mas que não vai além de algumas medidas levadas a cabo no período áureo do actual Governo, ou seja no primeiro ano em que o reformismo era a palavra de ordem; ou por falar em primeiro ano de legislatura, o que dizer do aumento de impostos? Esta é a obra do actual Governo. E quando se fala em memória, convém então não esquecer a grande obra do Executivo de José Sócrates.
O brilhantismo não será característica que acompanha grande parte dos nossos políticos, é verdade, e Ferreira Leite não é seguramente uma excepção. Mas embrulhar o fracasso com um papel colorido e brilhante, não transforma subitamente o fracasso em sucesso. E mesmo a redução do défice, à custa de sacrifícios da classe média, é hoje uma vaga recordação que já nem a propaganda consegue disfarçar. É preciso ter cuidado quando se evoca a memória.
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