O descontentamento de muitos iranianos voltou a sentir-se nas ruas de Teerão. A revolta que tomou conta em particular das camadas urbanas mais jovens está longe de estar sanada, muito pelo contrário, e apesar da repressão das autoridades iranianas, foram muitos milhares que mostraram o seu desagrado, gritando pelo nome de Mir-Hossein Mousavi, o principal rosto da oposição ao Ayatollah Khameini e ao inefável Presidente Ahmadinejad.
Note-se que existem relatos de sevícias e torturas a opositores que se encontram nas prisões iranianas e nem este facto é suficientemente dissuasor - os jovens não esquecem a sua revolução verde e demonstram não temer a repressão que lhes é imposta. Paralelamente, as milícias pró-regime alimentam o medo que se vive na sociedade iraniana em que, apesar de tudo, os jovens conseguem ser a excepção.
Aquilo que inicialmente era uma marcha de apoio ao povo palestiniano rapidamente se transformou num protesto de largas dezenas de milhares de iranianos relativamente ao regime. De resto, é muito provável que situações semelhantes voltem a acontecer, ou dito por outras palavras, a oposição ao regime que se insurge contra eleições duvidosas, contra a repressão de um regime teocrático que impõe um modo de vida no qual muitos jovens não se revêem e que protestam contra a existência de presos políticos - opositores ao regime que foram detidos sob o pretexto de constituírem ameaças à segurança do Estado - não vai esmorecer ao ponto de paulatinamente desaparecer. O regime encabeçado peloayatollah Khameini e por Ahmadinejad saiu enfraquecido com a onda de protestos que se levantou, em particular nas zonas urbanas.
Em suma, o que vai aguentando o regime é a existência de duas realidades: uma mais próxima do regime, mais conservadora e fortemente apoiada na religião e uma outra realidade urbana, constituída por jovens que têm uma visão moderna e não tão próxima dos ditames religiosos. No fundo, o Irão vive o choque destas duas realidades. Por outro lado existe a questão económica e também aqui se evidencia a divisão no seio da sociedade iraniana: uns vêem as políticas de Ahmadinejad como uma forma de ajudar os mais pobres enquanto outros não percebem como é que é possível que um país com os recursos energéticos que o Irão têm tenha uma elevada taxa de desemprego e uma economia débil. O isolamento internacional e a insistência em desenvolver tecnologia nuclear com vista à hegemonia do Irão são políticas ruinosas para o país. Mas novamente, uns encaram esta situação de uma forma assente no nacionalismo e no eterno combate aos EUA e a Israel e outros mais não vêem do que uma política ruinosa que tem invariavelmente hipotecado o futuro de muitas gerações de iranianos. De um modo geral, é também por estas razões que muitos iranianos arriscam o protesto.
Note-se que existem relatos de sevícias e torturas a opositores que se encontram nas prisões iranianas e nem este facto é suficientemente dissuasor - os jovens não esquecem a sua revolução verde e demonstram não temer a repressão que lhes é imposta. Paralelamente, as milícias pró-regime alimentam o medo que se vive na sociedade iraniana em que, apesar de tudo, os jovens conseguem ser a excepção.
Aquilo que inicialmente era uma marcha de apoio ao povo palestiniano rapidamente se transformou num protesto de largas dezenas de milhares de iranianos relativamente ao regime. De resto, é muito provável que situações semelhantes voltem a acontecer, ou dito por outras palavras, a oposição ao regime que se insurge contra eleições duvidosas, contra a repressão de um regime teocrático que impõe um modo de vida no qual muitos jovens não se revêem e que protestam contra a existência de presos políticos - opositores ao regime que foram detidos sob o pretexto de constituírem ameaças à segurança do Estado - não vai esmorecer ao ponto de paulatinamente desaparecer. O regime encabeçado peloayatollah Khameini e por Ahmadinejad saiu enfraquecido com a onda de protestos que se levantou, em particular nas zonas urbanas.
Em suma, o que vai aguentando o regime é a existência de duas realidades: uma mais próxima do regime, mais conservadora e fortemente apoiada na religião e uma outra realidade urbana, constituída por jovens que têm uma visão moderna e não tão próxima dos ditames religiosos. No fundo, o Irão vive o choque destas duas realidades. Por outro lado existe a questão económica e também aqui se evidencia a divisão no seio da sociedade iraniana: uns vêem as políticas de Ahmadinejad como uma forma de ajudar os mais pobres enquanto outros não percebem como é que é possível que um país com os recursos energéticos que o Irão têm tenha uma elevada taxa de desemprego e uma economia débil. O isolamento internacional e a insistência em desenvolver tecnologia nuclear com vista à hegemonia do Irão são políticas ruinosas para o país. Mas novamente, uns encaram esta situação de uma forma assente no nacionalismo e no eterno combate aos EUA e a Israel e outros mais não vêem do que uma política ruinosa que tem invariavelmente hipotecado o futuro de muitas gerações de iranianos. De um modo geral, é também por estas razões que muitos iranianos arriscam o protesto.
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