A nomeação de Domingos Névoa para a Administração de uma empresa cujos capitais são maioritariamente públicos é simplesmente vergonhoso e dá sinais de profunda degradação da classe política. Recorde-se que o Sr. em questão foi condenado em Tribunal pelo crime de corrupção e agora vê a sua conduta premiada com a colocação num cargo de grande relevo de uma empresa pública. As questões éticas que esta nomeação levanta são absolutamente menosprezadas por quem é politicamente responsável por esta nomeação, a começar no Presidente da Câmara de Braga e a acabar nos vereadores que foram coniventes com esta vergonhosa situação.
Outro aspecto a reter prende-se com a demora que os partidos políticos a reagir à nomeação. O Bloco de Esquerda teve o bom senso de ser peremptório nas críticas que fez à nomeação, instando os restantes partidos políticos a reagir. Note-se que o PS, partido do Governo, foi o último a reagir e tudo indica que só o fez porque a sua indiferença não cairia bem aos olhos de um país cansado desta minoria de privilegiados, desprovidos de quaisquer princípios éticos ou valores que usam e abusam dos cargos públicos que ocupam.
Similarmente, o caciquismo que dá origem a estas situações prolifera por todo o país e a responsabilidade não morre nos ditos caciques - a responsabilidade também é de cidadãos que depositam a sua confiança em quem tem dados provas de não ser digno dessa confiança. É tarefa desnecessária enumerar casos em que apesar das fortes suspeições que recaem sobre quem se candidata a um cargo público, apesar das fugas à Justiça, apesar das contas chorudas na Suíça, apesar dos negócios suspeitos que geralmente envolvem ou a construção civil ou o futebol, a confiança de muitos cidadãos recai invariavelmente sobre estes senhores que vivem em permanente suspeição.
Por conseguinte, é patético que muitos se insurjam contra um país minado pela corrupção quando são os primeiros a reforçar esses comportamentos Seria profícuo perceber se as mesmas pessoas que elegem estes senhores, teriam a mesma conduta com o seu dinheiro, ou seja, se seriam capazes de depositá-lo nas mãos de quem não merece confiança. A resposta é obviamente negativa.
Em suma, é frequente acusarmos a classe política de ser a grande responsável pelo estado decrépito do país e esquecermos das nossas responsabilidades. Afinal de contas, vivemos em democracia e povo continua a ser soberano e responsável por escolher os seus representantes. Ora, se nós mostramos displicência na escolha e inércia na tarefa de vigilância, não vale a pena almejar por um país desenvolvido e civilizado. Veja-se mesmo o caso do Freeport: independentemente de uma decisão da Justiça, não estaria já na altura do primeiro-ministro abandonar a sua redoma e explicar aos portugueses o que se passou quando desempenhava um cargo público de relevo, quando era ministro do Ambiente? Embora os cidadãos não tenham direito as tais explicações, mas a meros episódios de irascibilidade, a verdade é que as sondagens continuam a dar este Governo como vencedor das próximas legislativas. Está tudo dito.
Outro aspecto a reter prende-se com a demora que os partidos políticos a reagir à nomeação. O Bloco de Esquerda teve o bom senso de ser peremptório nas críticas que fez à nomeação, instando os restantes partidos políticos a reagir. Note-se que o PS, partido do Governo, foi o último a reagir e tudo indica que só o fez porque a sua indiferença não cairia bem aos olhos de um país cansado desta minoria de privilegiados, desprovidos de quaisquer princípios éticos ou valores que usam e abusam dos cargos públicos que ocupam.
Similarmente, o caciquismo que dá origem a estas situações prolifera por todo o país e a responsabilidade não morre nos ditos caciques - a responsabilidade também é de cidadãos que depositam a sua confiança em quem tem dados provas de não ser digno dessa confiança. É tarefa desnecessária enumerar casos em que apesar das fortes suspeições que recaem sobre quem se candidata a um cargo público, apesar das fugas à Justiça, apesar das contas chorudas na Suíça, apesar dos negócios suspeitos que geralmente envolvem ou a construção civil ou o futebol, a confiança de muitos cidadãos recai invariavelmente sobre estes senhores que vivem em permanente suspeição.
Por conseguinte, é patético que muitos se insurjam contra um país minado pela corrupção quando são os primeiros a reforçar esses comportamentos Seria profícuo perceber se as mesmas pessoas que elegem estes senhores, teriam a mesma conduta com o seu dinheiro, ou seja, se seriam capazes de depositá-lo nas mãos de quem não merece confiança. A resposta é obviamente negativa.
Em suma, é frequente acusarmos a classe política de ser a grande responsável pelo estado decrépito do país e esquecermos das nossas responsabilidades. Afinal de contas, vivemos em democracia e povo continua a ser soberano e responsável por escolher os seus representantes. Ora, se nós mostramos displicência na escolha e inércia na tarefa de vigilância, não vale a pena almejar por um país desenvolvido e civilizado. Veja-se mesmo o caso do Freeport: independentemente de uma decisão da Justiça, não estaria já na altura do primeiro-ministro abandonar a sua redoma e explicar aos portugueses o que se passou quando desempenhava um cargo público de relevo, quando era ministro do Ambiente? Embora os cidadãos não tenham direito as tais explicações, mas a meros episódios de irascibilidade, a verdade é que as sondagens continuam a dar este Governo como vencedor das próximas legislativas. Está tudo dito.
Reacção do PS in Público online: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1372375&idCanal=59
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