A complexidade das eleições americanas não se prende apenas com o processo eleitoral propriamente dito, que apresenta significas diferenças relativamente ao nosso, mas está essencialmente relacionada com a dificuldade que nós, europeus, temos no entendimento do próprio eleitorado americano. Sendo óbvio que toda a generalização é abusiva, não deixa de ser difícil de compreender como é possível que tantos americanos tenham como intenção votar no ticket McCain/Palin.
As últimas sondagens, pós Convenção Republicana, mostram uma ligeira recuperação da candidatura de McCain. A razão que parece justificar essa ligeira recuperação está na escolha do candidato republicano para a Vice-Presidência. Sarah Palin que, num primeiro momento e aos olhos de muitos comentadores, incluindo a autora deste blogue, parecia ter sido mais um erro de casting do que uma boa aposta, tem-se revelado, pelo contrário, na catapulta da candidatura de McCain.
Com efeito, Sarah Palin ostenta orgulhosamente os seus ideais ultraconservadores e muitos americanos identificam-se com esses mesmos ideais, mesmo que isso represente um regresso ao discurso bélico e obtusidade que tem caracterizado a última Administração americana. Isto já para não falar do conservadorismo em matéria de valores que, em muitos aspectos, nos remetem para o passado, raiando mesmo o obscurantismo.
Para se compreender as eleições americanas que se aproximam é imperativo perceber que não existe apenas um país com uma realidade mais ou menos uniforme. De facto existem muitas Américas e é essa complexidade que oblitera a nossa visão dos EUA e torna difícil de compreender como é que os americanos, ou parte deles, insistam em cometer os mesmos erros do passado. Se McCain tinha-se mostrado, apesar de tudo, diferente de Bush; Palin tem mostrado ser muito parecida com o ainda Presidente americano. Aliás, não terá sido por acaso que McCain escolheu esta desconhecida Governadora do Alasca para sua Vice – era decisivo apelar à ala mais à direita do partido.
Tudo se torna ainda mais complexo de perceber, apesar da noção fundamental das várias realidades que fazem parte deste país, quando a Administração Bush foi responsável por um retrocesso assinalável do país em vários domínios – o erro crasso que constitui a guerra do Iraque, o falhanço cada vez mais evidente no Afeganistão, o enfraquecimento da influência e da própria acção dos EUA no mundo e o retrocesso do bem-estar de uma vasta maioria de americanos. E é aqui que tudo se torna mais complicado: os americanos estão ainda longe de recuperar de uma crise que abalou inexoravelmente a sua confiança e que teve consequências óbvias nas suas vidas. Logo, é difícil de conceber que este povo apoie o candidato que está mais próximo das políticas do actual presidente, ao invés de apoiar unilateralmente o candidato democrata.
Seria, aliás, expectável que Barack Obama, candidato democrata, tivesse já ganho terreno frente ao seu opositor republicano. Até ao aparecimento de Sarah Palin, Obama estava a distanciar-se de John McCain, mas a situação inverteu-se, apesar de ligeiramente.
Neste blogue já se tinha avançado a ideia de que o dream ticket, composto por Barack Obama e de Hillary Clinton seria um passo decisivo para a vitória do Partido Democrata nestas eleições. Não foi esse o caminho seguido por Obama e resta saber se essa sua decisão não lhe será fatal. Não deixa, contudo, de ser curioso verificar que alguns apoiantes de Clinton estarão a passar para o lado de Palin, isto embora as duas candidatas tenham muito pouco ou nada a ver uma com a outra. Mais uma das inúmeras incoerências que corroboram a tese da complexidade do eleitorado americano. Compreenda-se que, para se perceber o eleitorado americano, são necessárias também várias análises, tantas quantas são as realidades díspares que se verificam neste país.
Tudo somado, percebe-se que a vida do candidato democrata não está fácil. Mas nem tudo será fácil também para o ticket republicano – John McCain parece ter-se eclipsado perante Sarah Palin, e a candidata à Vice-Presidência americana do lado republicano mostrou toda a sua inexperiência e muita ignorância na recente entrevista que deu. Espera-se, assim, que a generalidade dos americanos dê mais importância à mudança que Obama advoga, do que perpetuação de uma política que interna e externamente se mostrou ser completamente falhada.
As últimas sondagens, pós Convenção Republicana, mostram uma ligeira recuperação da candidatura de McCain. A razão que parece justificar essa ligeira recuperação está na escolha do candidato republicano para a Vice-Presidência. Sarah Palin que, num primeiro momento e aos olhos de muitos comentadores, incluindo a autora deste blogue, parecia ter sido mais um erro de casting do que uma boa aposta, tem-se revelado, pelo contrário, na catapulta da candidatura de McCain.
Com efeito, Sarah Palin ostenta orgulhosamente os seus ideais ultraconservadores e muitos americanos identificam-se com esses mesmos ideais, mesmo que isso represente um regresso ao discurso bélico e obtusidade que tem caracterizado a última Administração americana. Isto já para não falar do conservadorismo em matéria de valores que, em muitos aspectos, nos remetem para o passado, raiando mesmo o obscurantismo.
Para se compreender as eleições americanas que se aproximam é imperativo perceber que não existe apenas um país com uma realidade mais ou menos uniforme. De facto existem muitas Américas e é essa complexidade que oblitera a nossa visão dos EUA e torna difícil de compreender como é que os americanos, ou parte deles, insistam em cometer os mesmos erros do passado. Se McCain tinha-se mostrado, apesar de tudo, diferente de Bush; Palin tem mostrado ser muito parecida com o ainda Presidente americano. Aliás, não terá sido por acaso que McCain escolheu esta desconhecida Governadora do Alasca para sua Vice – era decisivo apelar à ala mais à direita do partido.
Tudo se torna ainda mais complexo de perceber, apesar da noção fundamental das várias realidades que fazem parte deste país, quando a Administração Bush foi responsável por um retrocesso assinalável do país em vários domínios – o erro crasso que constitui a guerra do Iraque, o falhanço cada vez mais evidente no Afeganistão, o enfraquecimento da influência e da própria acção dos EUA no mundo e o retrocesso do bem-estar de uma vasta maioria de americanos. E é aqui que tudo se torna mais complicado: os americanos estão ainda longe de recuperar de uma crise que abalou inexoravelmente a sua confiança e que teve consequências óbvias nas suas vidas. Logo, é difícil de conceber que este povo apoie o candidato que está mais próximo das políticas do actual presidente, ao invés de apoiar unilateralmente o candidato democrata.
Seria, aliás, expectável que Barack Obama, candidato democrata, tivesse já ganho terreno frente ao seu opositor republicano. Até ao aparecimento de Sarah Palin, Obama estava a distanciar-se de John McCain, mas a situação inverteu-se, apesar de ligeiramente.
Neste blogue já se tinha avançado a ideia de que o dream ticket, composto por Barack Obama e de Hillary Clinton seria um passo decisivo para a vitória do Partido Democrata nestas eleições. Não foi esse o caminho seguido por Obama e resta saber se essa sua decisão não lhe será fatal. Não deixa, contudo, de ser curioso verificar que alguns apoiantes de Clinton estarão a passar para o lado de Palin, isto embora as duas candidatas tenham muito pouco ou nada a ver uma com a outra. Mais uma das inúmeras incoerências que corroboram a tese da complexidade do eleitorado americano. Compreenda-se que, para se perceber o eleitorado americano, são necessárias também várias análises, tantas quantas são as realidades díspares que se verificam neste país.
Tudo somado, percebe-se que a vida do candidato democrata não está fácil. Mas nem tudo será fácil também para o ticket republicano – John McCain parece ter-se eclipsado perante Sarah Palin, e a candidata à Vice-Presidência americana do lado republicano mostrou toda a sua inexperiência e muita ignorância na recente entrevista que deu. Espera-se, assim, que a generalidade dos americanos dê mais importância à mudança que Obama advoga, do que perpetuação de uma política que interna e externamente se mostrou ser completamente falhada.
Comentários