Luís Montenegro, ávido por chegar à liderança do PSD, considerou que a altura certa era agora, a escassos meses de eleições europeias e legislativas. Enganou-se.
É evidente que o que está em causa são listas que podem ou não favorecer determinados grupos, assim como é evidente que os apaniguados de Passos Coelho não estão na calha para ficarem no topo das listas - o que por si só justifica movimentações contra o actual Presidente Rui Rio.
No entanto, e apesar desse imperativo das listas, a verdade é que o tiro parece ter saído pela culatra. Os apoios de Montenegro não assim tão pesados quanto isso e uma parte relevante do partido crítica o sentido de oportunidade do ex-líder da bancada parlamentar.
O que aparentemente resulta deste oportunismo falhado está patente até no rosto de Rio - um reforço da sua posição enquanto líder do partido. De resto, se Montenegro falhar, e tudo indica que irá falhar, todos os opositores de Rio não envidarão quaisquer esforços para atacar a liderança, pelo menos no curto prazo. Pelo menos até às eleições legislativas. Dito por outras palavras, Montenegro precipitou-se e espalhou-se. Pode ganhar Rio ao ver agora a sua popularidade subir graças à precipitação de Montenegro.
Para já, fala-se na moção de confiança que, a ser ganha por Rio, apenas vem confirmar o reforço da sua legitimidade e o espalhanço de Montenegro e dos apaniguados de Passos Coelho.
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