O país não precisa de querelas e subsequente instabilidade com o racismo como pano de fundo. O país dispensa ter uma polícia acusada de racismo, delinquentes que, a pretexto de nada, cometem actos de vandalismo, a coberto de um suposto protesto e dispensa ter um assessor parlamentar referir-se à polícia como bosta. E este país, como qualquer país não pode viver bem com o racismo.
É evidente que o racismo não é um mito - ele não só existe, como amiúde de forma escamoteada; é evidente que as pessoas que vivem naqueles prédios inacabados no Seixal conhecido por Jamaica dificilmente encontrarão a dignidade que deveria ser intrínseca a cada um de nós; assim como é evidente que a polícia não pode toda ela ser rotulada de racista e muito menos apelidada de bosta - importa corrigir o que há a corrigir, mas importa igualmente dignificar a polícia como instrumento determinante do Estado de Direito e da Democracia.
O país já tem problemas de sobra: atraso estrutural, baixos salários, precariedade laboral, desigualdades de género, sobretudo desigualdades salariais, pobreza que atinge mais 20% dos portugueses, uma dívida externa virtualmente não pagável, pobreza que afecta a isto se junta agora pressão imobiliária e aumentos obscenos de preços e rendas, por exemplo. E racismo. E o pais não precisa disso.
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