tag:blogger.com,1999:blog-1871902962478385412024-03-19T04:43:48.878+00:00Triunfo da RazãoPara a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.Ana Alexandra Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/09421994170215540487noreply@blogger.comBlogger2854125tag:blogger.com,1999:blog-187190296247838541.post-70166310603821684802020-11-10T10:56:00.001+00:002020-11-10T10:56:09.994+00:00Normalização do fascismo<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância.</span></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um partido que promove a discriminação de minorias, defende a castração química, assim como recuos em matéria de aborto e casamento entre pessoas do mesmo sexo, entre outras pérolas de atropelos aos Direitos Humanos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">A ascensão do fascismo contou sempre ou com a tibieza, ou com a complacência, ou até com a participação ativa de partidos convencionais e aparentemente alinhados com a democracia. Rui Rio, o falso moderado, está a fazer do PSD mais um partido a participar ativamente na normalização de um partido de extrema-direita, mostrando que vale tudo para chegar ao poder. </span><br clear="all" /><div></div></div>Ana Alexandra Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/09421994170215540487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-187190296247838541.post-60157112476754827702020-09-30T15:54:00.006+01:002020-09-30T15:54:54.699+01:00Outras verdades<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço. </span></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação e Trump é o maior responsável.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Os seus apoiantes, cegos e incapazes de ir para além dos seus ridículos e ilusórios<i> status quo</i>, talvez nem se apercebem da ruína do seu país e do seu enorme contributo para essa ruína.</span></div>Ana Alexandra Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/09421994170215540487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-187190296247838541.post-45665183647034797352020-09-28T16:28:00.002+01:002020-09-28T16:28:18.451+01:00Mais uma indecência a somar-se a tantas outras<p><span style="font-size: medium;"> O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse.</span></p><div><span style="font-size: medium;">Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê.</span></div><div><span style="font-size: medium;">Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos. </span></div><div><span style="font-size: medium;">Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes.</span></div><div><span style="font-size: medium;">Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecências, vai fazendo o seu caminho para a Casa Branca. Até porque, como se sabe, Trump tem que ser reeleito, custe o que custar. A alternativa pode muito bem ser a prisão. E como sobreviver num estabelecimento prisional sem a base alaranjada espalhada pelo rosto? </span></div>Ana Alexandra Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/09421994170215540487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-187190296247838541.post-42501313235223513302020-07-23T15:09:00.001+01:002020-07-23T15:09:55.794+01:00A morte lenta de democracia<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">As democracias vão morrendo lentamente. Exemplos não faltam, desde os EUA, passando pelo Brasil. No caso americano cidades como Portland têm as ruas tomadas por forças militares, disfarçadas de polícia, que agem claramente à margem do Estado de Direito, uma espécie de braço armado do Presidente Trump. Agressões, sequestros, prisões sem respeito pelos mínimos que um Estado de Direito exige, são práticas reiteradas e que ameaçam estender-se a outras cidades americanas. Estas forças militares são mais um sinal de enfraquecimento da democracia americana. Recorde-se que o ainda Presidente ameaça constantemente não aceitar os resultados que saírem das próximas eleições, isto claro se perder. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">No Brasil a história consegue ser ainda pior e mais boçal. A família Bolsonaro e as milícias fazem manchetes de jornais. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Em Portugal um partido como o "Chega" é apoiado por proeminentes empresários portugueses, como a revista Visão expõe na sua edição desta última sexta-feira.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">A democracia vai morrendo lentamente às mãos da boçalidade disfarçada de luta contra o politicamente correto e de um ódio que é legitimado pelos Trumps, Bolsonaros e Venturas deste mundo, com o beneplácito do grande capital. Sem esse apoio não haveria extrema-direita no poder.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Seja como for, já vimos este filme, o que torna tudo ainda mais deprimente.</span></div>
Ana Alexandra Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/09421994170215540487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-187190296247838541.post-78954123016736303952020-06-12T13:19:00.003+01:002020-06-12T13:19:18.369+01:00No país sem racismo<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">No país onde racismo não existe profanam-se estátuas? </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Rui Rio arrumou definitivamente o assunto afirmando que não existe racismo em Portugal. Aliás, nem se percebe a razão que terá levado tanta gente, apesar da pandemia, a ousar sair para a rua. Se não há racismo, como o líder do maior partido da oposição afirma, o que estava toda aquela gente a fazer nas ruas?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A estátua do Padre Vieira foi profanada. A tal, erigida em 2017, e que mostra o Padre Vieira, enorme, com pequenos índios a seus pés. Caiu o Carmo e a Trindade precisamente no país onde não há racismo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Não creio que a profanação de estátuas seja o caminho para o que quer que seja. Defendo que em democracia o diálogo é tudo. Prefiro a troca de ideias a estátuas profanadas. E ainda assim compreendo o que está subjacente a algumas atitudes rapidamente apelidadas de "vandalismo". </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O que sei é precisamente aquilo que Rui Rio não sabe, ou não quer saber: existe racismo em Portugal; não discutimos de forma aberta o nosso passado e quando o fazemos preferimos as cores mais bonitas para o ilustrar, deixando de lado temas que objectivamente poucos querem discutir; nada se fará de construtivo enquanto se negar esse passado e um presente onde o racismo indiscutivelmente deixa as suas indeléveis marcas.</span></div>
Ana Alexandra Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/09421994170215540487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-187190296247838541.post-45304032674655237512020-04-21T11:21:00.001+01:002020-04-21T11:21:05.524+01:00A nova austeridade<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Vivemos tempos em que as incertezas e as dúvidas imperam; dúvidas e incertezas sobre a vida social, política e económica. Contudo, existem algumas certezas, sendo o regresso da austeridade uma delas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">A propagação do vírus e a subsequente paralisação das economias já está a ter um forte impacto nas mesmas. Como se sabe, nesta história tão bem conhecida, os responsáveis ficarão impunes (o dinheiro fala sempre mais alto) e serão os mais pobres e os remediados a pagar a factura.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Assim sendo, espera-se o regresso da tão malfadada austeridade que se traduzirá na receita do costume: mais impostos para quem já os paga, menos rendimentos para quem trabalha. Paralelamente, não seria de rejeitar a possibilidade de novas privatizações, sobretudo quando os Estados forem chamados a pagar as dívidas que contraíram na sequência da epidemia. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Creio que a nova austeridade pode vir acompanhada pelo recrudescimento e fortalecimento da extrema-direita. Com essa nova austeridade, virá o desespero de tempos recentes - o desespero aliado a uma ignorância que nem a gestão desastrosa da epidemia adoptada por Trump ou Bolsonaro ajudará a mitigar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Se os governos, sobretudo os verdadeiramente democratas, falharem, caindo novamente nas malhas apertadas da austeridade, espera-se o pior, do ponto de vista político, designadamente com o enfraquecimento, já em curso, das democracias.</span></div>
Ana Alexandra Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/09421994170215540487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-187190296247838541.post-42327798893536241092020-04-10T12:58:00.002+01:002020-04-10T12:58:12.120+01:00A outra doença<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Quando todos se empenham no combate ao perigoso vírus, outras doenças subsistem, das quais se destacam a imbecilidade de líderes como Donald Trump e Jair Bolsonaro e uma União Europeia que pouco se esforça para mostrar algum resquício de espírito de união. Agora aparece o Presidente do Eurogrupo e também ministro das Finanças português, pouco entusiasmado, a apresentar um pacote de 500 mil milhões de euros de dívida, perdão, ajuda. Desses 500 mil milhões sobram algumas migalhas para Portugal.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">De resto, a Europa continua dividida entre países como a Alemanha e os Países Baixos e os países do sul. O egoísmo gritante de uns matará o que resta desta anedota, como quase matou em 2008.. Entretanto, e enquanto os líderes dessa Europa aplicam as suas energias em bloquear soluções, o fascismo vai fazendo o seu caminho, livremente, na Hungria e na Polónia, Estados-membros da UE.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Havermos de superar o vírus que paralisou o mundo, mas dificilmente resistiremos à doença do egoísmo nesta espécie de União Europeia. </span></div>
Ana Alexandra Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/09421994170215540487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-187190296247838541.post-54424010321615572592020-03-31T12:34:00.001+01:002020-03-31T12:34:44.126+01:00Quando se escolhe o pior<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">EUA e Brasil escolheram para as suas lideranças quem estava muito longe de alguma vez ter demonstrado ter capacidade para liderar um país. EUA e Brasil, contrariamente ao que se esperaria, não escolheram os melhores, mas sim os piores entre os piores. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Zangados, desinformados e teimosos optaram pela pior das soluções, tendo noção ou não de que estavam a fazer essas péssimas escolhas, o facto é que chegou a hora de pagar a factura e, infelizmente, todos, sem excepção, serão chamados a pagá-la.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Donald Trump primeiro desvalorizou o vírus, falando mesmo em embuste, agora o vírus ataca sem contemplações os EUA e poderá mesmo custar-lhe a reeleição. Agora, perante todas as evidências, Trump não desvaloriza, mas assusta-se não com a perda de vidas, mas sim, e exclusivamente, com as perdas no PIB.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Pior ainda é Bolsonaro. Pior do que um idiota é um idiota com poder. O tamanho da irresponsabilidade de Bolsonaro ainda está por avaliar, mas esboça-se já o pior dos cenários. O Presidente brasileiro insiste em desvalorizar o vírus colocando em risco milhões de vidas. Adivinha-se uma hecatombe. Mais uma vez, um preço a pagar por todos.</span></div>
Ana Alexandra Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/09421994170215540487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-187190296247838541.post-38956898627465316662020-03-27T10:45:00.002+00:002020-03-27T10:45:54.811+00:00Um elogio a António Costa<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Se as diferenças entre o actual primeiro-ministro, António Costa, e o anterior, Pedro Passos Coelho, eram mais do que evidentes, a intervenção de Costa no final do último Conselho Europeu torna tudo ainda mais evidente e é digna do maior dos elogios.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">As palavras do primeiro-ministro, livres daquela bajulação tão querida ao anterior governo, limpa de culpa e sobretudo determinada, coloca o actual primeiro-ministro num patamar incomensuravelmente superior.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Sabe-se que países como a Alemanha, os Países Baixos, a Finlândia e a Áustria continuam empenhados em destruir o que resta do projecto europeu. Mas nesta conjuntura que estamos a viver, uma das mais difíceis da história da Europa, insistir na fomentação da desconfiança e da culpa, colocando entraves a ajudas tão necessitadas, é um exercício irresponsável e que será fatal para a própria UE.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Sem hesitação António Costa considerou a exigência do ministro das Finanças holandês para que Espanha seja investigada na sua capacidade orçamental para fazer face à pandemia como sendo "repugnante", lembrando também a pouca sorte com os ministros das finanças holandeses, não esquecendo a "mesquinhez recorrente" que é uma "ameaça ao futuro da UE".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">António Costa merece ser louvado porque é sobretudo neste período tão difíceis que o país necessita de liderança. E Portugal está bem apetrechado de liderança.</span></div>
Ana Alexandra Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/09421994170215540487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-187190296247838541.post-87537369136103037352020-03-19T17:22:00.001+00:002020-03-19T17:22:35.704+00:00Depois desta tempestade não virá a bonança<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Depois de ultrapassarmos e vencermos o vírus, o que nos espera? O que fazer perante o desastre económico que nos espera? Um desastre que fará exactamente as mesmas vítimas que todos os outros desastres económicos: os trabalhadores, os pobres, os vulneráveis onde se inclui cada vez mais gente, mesmo no mundo Ocidental.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Estará esta UE, que mais uma vez falhou clamorosamente na prevenção e gestão desta crise, privilegiando sempre os grandes interesses económicos em detrimento da saúde dos seus cidadãos, na disposição de mudar radicalmente as suas políticas económicas?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Se este é um teste a todos nós, é sobretudo o grande teste a uma UE que até agora apenas fez aquilo que sempre fez muito bem: falhar em toda a linha.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">As respostas a esta crise, que estão longe de serem nacionais, serão sempre parcas, sendo igualmente certo que depois da tempestade não virá qualquer espécie de bonança. Dê lá por onde der, acabe isto quando acabar, o certo é que todos temos de reaprender o conceito de solidariedade, sobretudo uma União Europeia há muito esquecida dos seus pilares e da sua História.</span></div>
Ana Alexandra Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/09421994170215540487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-187190296247838541.post-37624323822368886982020-03-19T16:15:00.002+00:002020-03-19T16:15:52.446+00:00Marcelo à procura de relevância<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Depois do falhanço inexorável como líder, Marcelo Rebelo de Sousa fez um verdadeiro <i>sprint</i> atrás do prejuízo com um discurso cujo objectivo seria o anúncio de um Estado de Emergência, mas que redundou em algo mais: numa ridícula ideia de superioridade com a manifestação de uma ideia de que por termos "nascido muito antes de outros" somos mais resistentes. Vale tudo para recuperar a relevância perdida e os velhos hábitos e decrépitas ideias ficam demasiado tempo connosco.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Nesta sua busca por relevância, entretanto perdida entre beijinhos, abraços e <i>selfies</i> proibidas, e por entre quarentenas precoces e sem fundamentação, o Presidente aposta tudo num estado de emergência que tem como objectivo primeiro (re)construir a imagem de líder.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">De resto, tem sido o primeiro-ministro a mostrar o que é isso de se ser líder, desde a primeira hora, mas sobretudo durante a quarentena do Presidente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Resta agora a Marcelo correr atrás do prejuízo porque na verdade a reeleição, só por si, talvez nem seja verdadeiramente importante, mas sim uma reeleição com números estrondosos a comprovar que Marcelo Rebelo de Sousa é de facto o Messias por quem tanto ansiamos..</span></div>
Ana Alexandra Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/09421994170215540487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-187190296247838541.post-81713949541154681322020-03-16T11:10:00.002+00:002020-03-16T11:10:17.592+00:00O falhanço de Marcelo<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Foi preciso uma situação particularmente grave para vislumbrarmos o verdadeiro Marcelo Rebelo de Sousa, muito para além da postura bacoca, e agora inviável, dos beijinhos e das "selfies". Perante uma crise sem precedentes, Marcelo mostrou não saber ser líder. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Primeiro a quarentena, prematura e sem sentido, agora vendida como tendo como objectivo primeiro e talvez único o exemplo a dar a todos os portugueses; depois o enchimento dos dias com a vacuidade da rotina do Presidente; e, finalmente, com uma declaração, via internet, sem qualidade, como se estivesse encolhido num bunker, apenas para dar conta das suas intenções, quando este é um tempo de decisões e não de intenções.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Perante esta crise, o falhanço de Marcelo está apenas no princípio. Ninguém espera que o Presidente apresente soluções milagrosas ou que sugira/adopte para além das suas competências. Porém, espera-se que o Presidente mostre as suas capacidades de liderança, o que não aconteceu.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">De facto, é fácil distribuir beijinhos e sorrir para câmaras de telemóvel, mas a presidência tem que ser muito mais do que isso, especialmente num período tão confuso e tão difícil quanto este que vivemos. A ver vamos quais os estragos deste falhanço para uma reeleição sempre dada como garantida.</span></div>
Ana Alexandra Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/09421994170215540487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-187190296247838541.post-11987404332431385782020-03-05T11:56:00.000+00:002020-03-05T11:56:17.014+00:00Trump: a caminho da reeleição<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-size: large;">Depois dos bons resultados alcançados em alguns Estados americanos, Bernie Sanders, o candidato social-democrata à moda da <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Escandinávia</span> do partido Democrata, sofreu o esperado revês na chamada "super terça-feira" das eleições primárias. Escassos dias antes, os dois candidatos do "centro" desistiram a favor de Biden, o candidato do "establishment"</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-size: large;">Embora Sanders ainda não tenha sido derrotado, Biden surge como o agregador de votos do "centro" contra o "perigoso socialista" Bernie Sanders.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-size: large;">O problema está na mais do que evidente tibieza de Biden: passado incómodo, sobretudo antes de Obama, desprovido de carisma e pouco apelativa aos olhos de muito democratas e não só, lembrando em tudo o que se passou em 2016 com Hillary Clinton.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-size: large;">O Partido Democrata parece mais interessado em derrotar Bernie Sanders do que em vencer Donald Trump. Em rigor, já tanto faz como fez pelo menos na perspectiva da plutocracia cujo poder tem vindo a minar a democracia americana - Trump e Biden servem os seus interesses.</span></span></div>
Ana Alexandra Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/09421994170215540487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-187190296247838541.post-44566073600445237802020-02-18T12:33:00.000+00:002020-02-18T12:33:17.288+00:00A culpa é da Joacine<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Domingo foi um dia mau para quem tem apregoado que não existe racismo em Portugal. Depois de um abjecto ataque racista, Marega, jogador do Futebol Clube do Porto, abandonou o relvado, corajosamente. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">André Ventura, deputado eleito pelo Chega, avançou que a culpa de tudo isto é da também deputada Joacine Katar Moreira. Não faltará muito para Ventura responsabilizar Joacine pelo conflito israelo-palestiniano ou pelo difícil tratamento de algumas micoses. Já era tempo de responsabilizar Joacine pelos grandes males que assolam este nosso mundo. Afinal de contas é tudo por conta do síndrome Joacine.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">André Ventura, deputado/comentador/adepto de futebol diz as maiores asneiras imagináveis, asneiras essas que coincidem com aquelas que abundam na mente de alguns de nós. Mais: legitimado pelo cargo de deputado, e independentemente de já ter sido apanhado a destilar as maiores patranhas de que há memória, até parece uma pessoa séria. Mas até isso é bem capaz de ser culpa de Joacine. O certo é que se o ridículo matasse, Ventura já não estaria entre nós.</span></div>
Ana Alexandra Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/09421994170215540487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-187190296247838541.post-81874886733765996802020-02-12T11:11:00.002+00:002020-02-12T11:11:57.526+00:00Direitos e referendo<div style="text-align: justify;">
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<div>
<span style="font-size: large;">CDS e Chega defendem a realização de um referendo para decidir a eutanásia, numa manobra táctica, estes partidos procuram, através da consulta directa, aquilo que, por constar nos programas de quase todos os partidos, acabará por ser uma realidade.</span></div>
<span style="font-size: large;">O referendo a direitos, sobretudo quando existe uma maioria de partidos a defender uma determinada medida, só faz sentido se for olhada sob o prisma da táctica do desespero.</span></div>
<span style="font-size: large;">Não admira pois que a própria Igreja, muito presa ao seu ideário medieval, seja ela própria apologista da ideia de um referendo. É que desta feita, e através de uma gestão eficaz do medo e da desinformação, pode ser que se chumbe aquilo que está na calha de vir a ser uma realidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Para além das diferenças entre os vários partidos, a verdade é que parece existir terreno comum entre PS, BE, PSD (com dúvidas) PAN,IL e Joacine Katar Moreira sobre legislar sobre esta matéria. A ideia do referendo serve apenas a estratégia daqueles que, em minoria, apercebendo-se da sua inevitabilidade, procuraram a todo o custo travar o processo legislativo.</span></div>
Ana Alexandra Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/09421994170215540487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-187190296247838541.post-38848127387707972722020-02-05T11:10:00.002+00:002020-02-05T11:10:38.794+00:00Votar ao lado dos fascistas<div style="text-align: justify;">
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<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">A questão em epígrafe coloca-se agora que existe um partido fascista com assento parlamentar, e agora que partidos como o Bloco de Esquerda não percebem que votar propostas desses partidos é passar uma linha vermelha, por muito interessante que a proposta apresentada aparente ser .</span></span></div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Aconteceu numa das votações do Orçamento de Estado e Bloco caiu na asneira de ver apenas a medida ignorando o enorme elefante na sala. Ao votar-se numa proposta do Chega está-se, mesmo que inadvertidamente, a reforçar a importância de um partido cujo líder e deputado, há escassos dias, convidou outra deputada a voltar para a sua terra, entre um chorrilho de ideias, frases e gestos fascistas.</span></span></div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Não adiantará depois acusar esse mesmo partido de "não ter gente séria", quando antes se votou numa das suas propostas.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Tudo isto é novo. É um facto. Pelo menos na História recente do país. O aparecimento de partidos de génese fascista causa naturalmente apreensão, hesitações e até confusão. Espera-se assim que partidos como o Bloco de Esquerda percebam que este fenómeno é para ser combatido e não apoiado, mesmo que inadvertidamente.</span></span></div>
Ana Alexandra Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/09421994170215540487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-187190296247838541.post-60973716198089454432020-01-29T12:25:00.003+00:002020-01-29T12:25:36.620+00:00O triunfo da boçalidade<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Seria curioso saber o que vai na cabeça de todos aqueles que têm postulado que André Ventura e o seu Chega não são fascistas, agora que o ilustre deputado sugeriu que uma outra deputada (Joacine Katar Moreira) fosse devolvida ao seu pais e depois de imagens de um seu comício em que se vê a saudação nazi perante a passividade do inefável deputado. Isto por altura dos 75 anos de libertação do campo de Auschwitz.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ventura, ele próprio bem capaz de protagonizar episódios verdadeiramente boçais, conta com a boçalidade de quem facilmente se entrega ao fascismo. Sim, o fascismo contará e contou no passado com a complacência e por vezes promoção activa das elites, sobretudo económicas, mas é de natureza boçal e conta com gente igualmente boçal que espera que o líder profira as imbecilidades do costume para as repetir e aplaudir. Tudo na mais conveniente linguagem rudimentar tão habitual no fascismo. Os líderes, esses, julgam fazer parte das elites e enquanto escondem o seu desprezo pelo povo. Pelo caminho promovem o machismo, o racismo, a homofobia, a ação sem reflexão, exultando as frustrações, apontando invariavelmente o dedo ao inimigo, contra quem urge lutar. De resto, a luta contra um inimigo que está sempre presente, de modo a sentirem-se uns verdadeiro heróis, desprovidos de qualquer espécie de espírito crítico, é central ao fascismo. Ventura que o diga, com os ciganos e a deputada negra e mulher. </span></span></div>
</div>
Ana Alexandra Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/09421994170215540487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-187190296247838541.post-57934409592778993452020-01-28T17:27:00.001+00:002020-01-28T17:27:38.082+00:00Lembrar os horrores do Holocausto<div style="text-align: justify;">
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<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">75 anos depois da libertação de Auschwitz o mundo ainda não se livrou das ameaças nazis. Há 75 anos o mundo ficou horrorizado com a libertação dos campos, ganhando, muitos pela primeira vez, verdadeira noção da hecatombe humana promovida pelo regime nazi.</span></span></div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Seria de se esperar que os horrores do Holocausto não só fossem lembrados como servissem de antídoto a venenos iguais ou similares. E é precisamente isso que não acontece.</span></span></div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">O mundo depara-se com extremismos que fazem lembrar os piores tempos da Europa. Muitos assumem as suas simpatias pelo nazismo sem qualquer espécie de pudor. Portugal, embora em menor escala, não é excepção. No caso de persistência de dúvidas, veja-se o que acontece nos comícios de partidos como o Chega, com assento parlamentar.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">A forma de combater esses extremismos é com mais coragem para combater as imperfeições da democracia, reforçando a própria democracia. A forma de combater esses extremismos é igualmente não deixar que a barbárie seja alguma vez esquecida.</span></span></div>
Ana Alexandra Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/09421994170215540487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-187190296247838541.post-794606539328578922020-01-27T12:32:00.002+00:002020-01-27T12:32:29.036+00:00Do desespero nasceu o "Chicão"<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Entronizado como líder de um partido profundamente fragilizado, Francisco Rodrigues dos Santos, conservador, ainda mais do que é costume, conta já com um alargado estado da graça fomentado por uma comunicação social que vibra com novidades à direita, sobretudo com a direita que profere frases como "o país foi tomado pela quadrilha das esquerdas unidas".</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Francisco Rodrigues dos Santos, ou "Chicão" como também é conhecido, é jovem, um rosto relativamente desconhecido, que promete uma nova direita, neoliberal nas questões económicas e contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, aborto, ou quaisquer questões de género, apologista dos valores da Igreja, talvez em maiores doses do que é costume até para o CDS.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">As próximas semanas e até meses poderão ser animadores para "Chicão" com uma comunicação social ávida por novidades à direita, o desespero amiúde apenas resulta em mais mediocridade.</span></span></div>
Ana Alexandra Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/09421994170215540487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-187190296247838541.post-90950594421312004492020-01-21T11:06:00.002+00:002020-01-21T11:06:54.999+00:00Quando o país descobriu Isabel dos Santos<div style="text-align: justify;">
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<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Exceptuando o Bloco de Esquerda, designadamente Francisco Louça, Jorge Costa e João Teixeira Lopes que escreveram o Livro "Os donos angolanos de Portugal", e a eurodeputada socialista Ana Gomes, ninguém parecia saber que Isabel dos Santos e o regime que a sustentou roubaram descaradamente o povo angolano precisamente para alimentar os luxos e a perpetuação no poder desse mesmo regime.</span></span></div>
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<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Agora, depois de uma investigação levada a cabo por um consórcio de jornalistas, o país (comunicação social, empresários e alguns políticos) acordou para uma realidade que chegou a servir os seus próprios intentos: com parte de comunicação comprada com capitais angolanos, com empresários vendidos ao dinheiro sujo angolano e com políticos rendidos a uma promiscuidade asquerosa com esse dinheiro, invariavelmente à revelia dos mais elementares direitos humanos - todos fingiam dormir.</span></span></div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Os que ousaram falar a verdade eram rapidamente classificados de anti-capitalistas, "malucas" ou racistas, havendo quem tivesse a desfaçatez de jogar a carta colonialista para ferir de morte quem criticava o regime.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Existe mesmo uma classe política que, depois de defender acerrimamente o regime, agora ficará em silêncio, alimentando a esperança de que tudo lhes passe ao lado, sem causar danos de maior.</span></span></div>
Ana Alexandra Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/09421994170215540487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-187190296247838541.post-56863235803379506092020-01-20T10:16:00.002+00:002020-01-20T10:16:31.101+00:00A esperança que se desvaneceu<div style="text-align: justify;">
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<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">O Partido Livre e a candidata Joacine Katar Moreira pareciam estar a dar um contributo positivo para o pluralismo da democracia portuguesa. Pareciam. Ora, a realidade veio mostrar um lado profundamente obscuro daqueles que representam amiúde quem nunca se sentiu verdadeiramente representado.</span></span></div>
</div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Joacine, depois de muita gritaria que objectivamente não dignifica quem quer que seja, ficou de fora da direcção do partido e o mal-estar continua a ser estar à vista de todos.</span></span></div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Há indiscutivelmente uma componente messiânica na postura da única candidata eleita pelo Livre. Pelo caminho percebe-se que o cargo de deputado e a importância de representar sobretudo os tais que nunca se sentiram verdadeiramente representados é pouco importante para a deputada. Pelo caminho percebe-se que quer a deputada, quer até certo ponto o próprio partido, não compreendem o mal que causam à própria democracia. Afinal de contas, a eleição de Joacine representa esperança para quem habitualmente não a tem e o enriquecimento de uma democracia que se quer plural.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Em suma, Livre e Joacine Katar Moreira conseguiram, e paradoxalmente depois de conseguirem um mandato, fazer pior à democracia do que alguma vez se esperaria.</span></span></div>
Ana Alexandra Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/09421994170215540487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-187190296247838541.post-4188358042822305752020-01-13T15:11:00.003+00:002020-01-13T15:11:31.165+00:00A mediocridade mereceu uma segunda volta<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">As eleições directas no PSD não decidiram coisa nenhuma, redundando numa segunda volta, desta feita entre Rui Rio e Luís Montenegro. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Tudo indica que Rio, que venceu a primeira volta com 49,44% dos votos, será o vencedor da segunda volta. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Depois de meses marcados por campanhas medíocres de todos os candidatos - dos que querem proteger o que têm; dos querem chegar ao poder que os outros têm; e dos que querem aparecer e ser colocados no mapa da notoriedade - sobram agora mais alguns dias até finalmente se encerrar o assunto.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Assim, nada de substancial mudará. O PSD continuará a fazer a oposição que Rio escolheu - indecisa e inconsequente -, com os apaniguados de Passos Coelho relegados para nova travessia no deserto. E se Rio não convence, Montenegro consegue, quase de forma inexplicável, convencer ainda menos.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">A mediocridade conseguiu mais uma semana para se exibir num partido que se afunda a cada dia que passa. O país merecia melhor.</span></span></div>
Ana Alexandra Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/09421994170215540487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-187190296247838541.post-14433631383923680952020-01-07T11:26:00.001+00:002020-01-07T11:26:34.872+00:00Somos todos muito verdes, mas...<div style="text-align: justify;">
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<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Não somos propriamente excepção quando advogamos a urgência de mudarmos de vida a fim de evitar os piores cenários. De resto, nenhum partido político, em Portugal, se coloca do lado dos negacionistas. </span></span></div>
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<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Todavia, quando chega a altura de mostrar trabalho ficamos muito aquém do necessário. Um bom exemplo prende-se com o sector dos transportes. Apostou-se fortemente na construção de auto-estradas e desinvestiu-se na ferrovia, factos também sobejamente conhecidos. O mais surpreendente, porém, é em pleno século XXI, 2020, os transportes colectivos (geralmente públicos) continuarem a ser um parente paupérrimo de um pais que não conhece uma estratégia há largas décadas. <br />Ora, esta é uma incongruência inaceitável. Os transportes colectivos são indispensáveis para qualquer estratégia que se enquadre neste contexto de urgência climática e o que país tem é um interior que não sabe sequer o que são transportes públicos e um litoral, sobretudo as áreas metropolitanas, com transportes decrépitos, insuficientes em número e mais do que lotados - um cenário verdadeiramente de terceiro mundo.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Somos todos muito verdes, mas continuamos a sonhar com auto-estradas e <a href="https://www.publico.pt/2020/01/06/local/noticia/autorizado-concurso-unico-nova-ponte-douro-1899386" target="_blank">pontes (https://www.publico.pt/2020/01/06/local/noticia/autorizado-concurso-unico-nova-ponte-douro-1899386).</a></span></span></div>
Ana Alexandra Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/09421994170215540487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-187190296247838541.post-80816999904890795672020-01-02T09:33:00.004+00:002020-01-02T09:33:56.720+00:00Austrália e uma estranha indiferença<div style="text-align: justify;">
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<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">A julgar pela indiferença generalizada que os incêndios sem precedentes na Austrália têm provocado no mundo, julgar-se-ia que o dito país é ainda uma mera colónia distante e sem interesse para a Europa e para os EUA.</span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Não sei explicar a razão dessa indiferença, apenas posso postular que a mesma não se justifica se levarmos em conta a dimensão da catástrofe, </span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Não sei explicar se as temperaturas muito acima do habitual, e ainda a subir, consequência das alterações climáticas, podem de alguma forma justificar essa estranha indiferença.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Não sei dizer se a abordagem do próprio primeiro-ministro australiano, defendendo que este é mais um conjunto de episódios que cabem dentro de uma certa normalidade australiana, terá alguma relação com a referida indiferença.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O certo é que a comunicação social, europeia e sobretudo americana abordam o assunto de forma desprendida e sem conteúdo, e nem as imagens de um enorme país tomado pela cor vermelha parece suscitar particular inquietação. Estaremos todos insensíveis ou simplesmente não queremos olhar para uma realidade que não será seguramente exclusiva da Austrália?</span></span></div>
Ana Alexandra Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/09421994170215540487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-187190296247838541.post-84452610854996834432019-12-30T10:19:00.004+00:002019-12-30T10:19:33.200+00:00Portas, Cristas e...<div style="text-align: justify;">
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<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">O 28º Congresso do CDS será seguramente animado.</span></span></div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Depois de Portas sobrou Cristas, incapaz de se livrar do peso de decisões tomadas enquanto ministra de Passos Coelho e mais incapaz ainda de fazer frente a uma extrema-direita mais do que anunciada e que roubará votos aos partidos de direita e talvez não só. </span></span></div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Portas seguiu o caminho do populismo tão familiar a essa extrema-direita e Cristas procurou outro caminho, o que só por si é particularmente louvável, mas que não terá dado o melhor contributo para o futuro do partido. Em tempos de confusão e de legitimação do que até há pouco tempo não se devia dizer, Cristas que procurou desviar-se do populismo de Portas, e portadora de um passado oneroso, não conseguiu fazer vingar a sua liderança.</span></span></div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Com o partido fortemente abalado pelos resultados das legislativas, surgem candidatos sem expressão, uns mais convencionais outros nascidos de uma corrente interna, designada por Esperança em Movimento, ultra-conservadora que creio terá algum crescimento.</span></span></div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">A ver vamos se João Almeida, apoiante e porta-voz de Cristas, será o vencedor. Nuno Melo e Telmo Correia, embora não se apresentem como candidatos, apresentam um moção própria.</span></span></div>
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<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Seja como for, o futuro do CDS não parece promissor. Talvez por agora João Almeida possa vencer, mas a tendência ultra-conservadora alicerçadas numa certa visão religiosa está à espreita e pronta para entrar em cena. Ainda vamos ter saudades dos tempos em que o CDS era liderado por Assunção Cristas.</span></span></div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"></span></div>
Ana Alexandra Gonçalveshttp://www.blogger.com/profile/09421994170215540487noreply@blogger.com0